As informações que nos chegam não são de forma a pensarmos que vivemos no melhor dos mundos. E mesmo algumas notícias positivas não nos deixam confortáveis com o que foram as realizações do ser humano até aos nossos dias.
Como vemos, há dados objectivos e positivos para pensarmos que o nosso trabalho e o das gerações anteriores não foi em vão.
Pelo contrário procuramos saber se não retrocedemos em todas as vertentes da nossa vida. Sendo o declínio aquilo que é mais perceptível não conseguimos ver o mundo com um olhar positivo, temos dificuldade em memorizar o nosso passado: as dificuldades do pós-guerra em que os nossos pais ou avós viveram, esses sim, foram verdadeiramente tempos difíceis.
Também verificamos que a par do progresso material na saúde e na vida social, o crescimento da riqueza no mundo desenvolvido devia ter maiores consequências no bem-estar da população.
As doenças psicológicas, principalmente depressão em pessoas cada vez mais novas, chamam a atenção para as questões das emoções positivas mas também do empenhamento em actividades com significado na conquista do bem-estar, da realização e da felicidade. (Seligman).
Mas se deixarmos um pouco o nosso umbigo e tivermos uma visão mais geral poderemos verificar que há muitos sinais de esperança porque o mundo está efectivamente melhor, como se refere aqui: 26 charts and maps that show the world is getting much, much better by Dylan Matthews (2015). Apenas um breve resumo:
- A extrema pobreza diminuiu. Houve um declínio enorme da parte da população mundial vivendo com menos de US $1,25 por dia, de 53% em 1981 para 17 %, em 2011. (Alguns especialistas em desenvolvimento consideram que se devia usar um nível de pobreza global de US $ 10-15 por dia).
- A fome diminuiu.
- O trabalho infantil está em declínio.
- As pessoas nos países desenvolvidos têm mais tempo livre .
- A parte do rendimento gasto em alimentação diminuiu nos EUA , em 1960 de 17,5 para 9,7 %, em 2007.
- Nos cuidados de saúde, a expectativa de vida está a crescer - globalmente, a expectativa de vida para homens e mulheres aumentou seis anos de 1990 a 2012, mas os ganhos foram mais altos em países de baixos rendimentos, que viram um aumento de cerca de nove anos para homens e mulheres.
- A mortalidade infantil está a cair. A taxa de mortalidade infantil em crianças até aos cinco anos no mundo desceu para metade em 25 anos, entre 1990 e 2015. Mas embora os progressos globais tenham sido substanciais, 16 mil crianças continuam a morrer diariamente antes de completarem cinco anos de idade. O número equivale a 11 mortes por minuto.
- A morte devida ao parto é mais rara, e caiu 45 % entre 1990 e 2013 (Organização Mundial de Saúde).
- A maternidade em mães adolescentes caiu nos Estados Unidos.
- Comportamentos pouco saudáveis como o consumo de tabaco tem vindo a diminuir desde 1955, quando 45% dos americanos fumavam para 21%, em 2014.
- Os crimes violentos nos Estados Unidos estão caindo (tal como em Portugal).
- Houve redução das armas nucleares.
- Cada vez mais países são democracias.
- Mais pessoas frequentam a escola durante mais tempo. A literacia está previsivelmente a subir.
- Nos EU a população dos sem-abrigo diminuiu cerca de 32 %, desde 2007.
No capítulo da paz e segurança: A guerra, embora possa não parecer, está em declínio. Taxas de homicídios estão caindo na Europa e nos E.Unidos. Como diz Steven Pinker (2011), acreditamos que o nosso mundo está cheio de terror e guerra, mas nós podemos estar vivendo na era mais pacífica da existência humana. Porque a brutalidade está em declínio e a empatia está em ascensão.
Mesmo não estando satisfeitos com os resultados, é necessário pensar que está nas nossas mãos contribuir para fazer um mundo melhor, desde logo sendo nós próprios melhores pessoas e depois aqueles que nos estão mais próximos.
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