11/01/12

Elites e grupos de pressão

O debate que acontece na sociedade portuguesa sobre este assunto é muito interessante. No fundo, está em discussão e análise tudo o que tem a ver com o poder, com as elites e as contra-elites, com os movimentos sociais, os grupos de pressão e os lóbis, os sindicatos e todo o tipo de grupos sociais.
O que se passa com o caso pingo doce, a maçonaria, a justiça e a ordem dos advogados, os sindicatos e todos os grupos reivindicativos das elites no poder ou das contra-elites que o criticam… são assuntos que se inscrevem neste contexto dos grupos de pressão.
Verificamos que muitas vezes simplificamos o que acontece com processos de vitimização ou de culpabilização dos que atacam o poder do governo ou das empresas e somos levados a aderir a uns ou a outros tendo em conta os que têm razão ou não têm, os que são mais ou menos patriotas.
Verifica-se que a análise tem passado pelo processo auto-avaliativo de quem se considere elite e dos que são contra-elite.
Estamos no jogo dos movimentos sociais enquanto grupos de pressão e quer se queira quer não o seu objectivo é reivindicar junto do poder a satisfação dos seus interesses.
O jogo social contém todas estas variáveis. O timing é o que o quarto poder quiser e será necessário sondar por que isso acontece. O Expresso, o Público, etc.  levantam estas questões porque também eles estão dentro deste contexto mas é decisivo para a liberdade de expressão que o façam.
As notícias e análises que vêm agora à luz do dia têm a ver com toda a movimentação que os media estão a sofrer e as relações da comunicação social, os serviços secretos, os interesses instalados ou a instalar e as mudanças que se pretende fazer.
Os lóbis ou grupos de pressão estão muito activos e reconhecê-lo é muito importante.
Joga-se o poder das elites. Das elites tradicionais, tecnocráticas, da propriedade, carismáticas, ideológicas e simbólicas. (Guy Rocher)
As elites tecnocráticas representadas no poder por pessoas mais ou menos independentes, as elites da propriedade representadas pelos detentores das empresas industriais, financeiras, da comunicação social, do pingo doce à prisa, ongoing…
As elites simbólicas, da cultura, das artes, do futebol ao “parva que sou” dos Deolinda.
Depois ouve-se a opinião das elites políticas, do clero, das forças armadas, de quem se considera carismático, normalmente ex-qualquer coisa,  e que, geralmente, fazem parte das elites tradicionais.
A sociedade moderna tem esta característica de proliferação das elites e dos grupos de pressão.
No fim deste debate, acredito que ganhará a transparência e a tolerância na vida social e política. 
A democracia deve sair reforçada na medida em que o nosso voto nas próximas eleições poderá ser mais consciente e objectivo naqueles que conhecemos melhor.

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