29/06/12

Regulação das aprendizagens e repetições de ano


"Concluindo, embora a retenção seja uma possibilidade na maioria dos países, a sua prática é bastante variável. A existência de uma cultura de retenção leva a uma aplicação mais frequente desta prática em determinados países, nos quais predomina ainda a ideia de que repetir um ano é benéfico para a aprendizagem dos alunos. Este ponto de vista é corroborado pela profissão docente, pela comunidade escolar e pelos próprios pais. Na Europa, esta conviccão persiste e tem efeitos práticos sobretudo na Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. Não basta a alteração da legislação em matéria de retenção para mudar esta convicção, que deve ser suplantada por uma abordagem alternativa para responder às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Assim, o desafio consiste mais em questionar determinados pressupostos e convicções do que em alterar a legislação."

28/06/12

Regulação das aprendizagens e repetições de ano

A fisga
Trago a fisga no bolso de trás
E na pasta o caderno dos deveres
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
De escolher o melhor dos dois saberes

O meu pai diz que o Sol é que nos faz
Minha mãe manda-me ler a lição
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
Faz-me falta ouvir outra opinião

Eu até nem sequer sou mau rapaz
Com maneiras até sou bem mandado
Mestre-escola diga lá se for capaz
Pra que lado é que me viro. Pra que lado?

Trago a fisga no bolso de trás
E na pasta o caderno dos deveres
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
De escolher o melhor dos dois saberes

(Rio Grande)

Regulação das aprendizagens e repetições de ano

 


Confrontamo-nos por esta altura do ano com assuntos problemáticos resultantes das avaliações que, parece-me, deviam ser debatidos abertamente e com argumentos que tenham alguma consistência com a realidade.
É o caso das retenções, eufemismo para chumbo ou reprovação dos alunos.
Quando falamos em chumbar ou não chumbar um aluno muita coisa está em jogo na sua vida. O seu futuro pode depender muito dessa decisão.  Há sempre sofrimento. E nem todos estão preparados para ultrapassar facilmente as consequências. Nem todos os pais pensam da mesma maneira, mas acredito que  um chumbo é sempre um drama pessoal que marca toda a vida da família.
E isto é mais grave quando os alunos chumbam vários anos, seguidos ou não.
Em 2008, o Conselho Nacional de Educação (CNE) elaborou um parecer sobre o assunto que tinha e tem  toda a pertinência:
  • Em muitos países, as repetições têm um carácter residual ou só existem em final de ciclo.
  •  O problema das repetições assume, em Portugal, proporções catastróficas para os alunos e para o sistema. 
  • A repetição não é um meio pedagógico adequado, porque os alunos vão encontrar dificuldades acrescidas quando sujeitos a um mesmo programa, numa turma em que têm de fazer novos esforços de integração e para onde transportam o estigma do “chumbo”.
  •  A repetição não é, também, na maioria dos casos, um instrumento de justiça como muitas vezes se afirma. Confrontados com sistemáticas avaliações negativas e sem capacidade para estudar e ultrapassar os problemas, alguns alunos não estudam porque não são capazes de o fazer, muitas vezes porque não compreendem sequer o que lhes é ensinado.
  •  Vários estudos mostram que a repetição, sobretudo a precoce, fragiliza os percursos escolares e é gravemente penalizadora para a criança.
  •  A ideia muitas vezes ouvida de que “repetir nunca fez mal” não tem qualquer fundamento, sobretudo numa escolaridade básica.
  • A transição de ano sem que os alunos adquiram as competências necessárias… não é de modo algum a solução, mas a repetição, atirando a responsabilidade da não aprendizagem para o aluno e sua família, também não o é. 
O parecer do CNE ajusta-se à realidade das repetições nas nossas escolas. O que não se percebe é que continue tudo mais ou menos na mesma desde 2008.
A minha experiência já me ensinou que não é, de facto, inócuo ficar retido. Há consequências negativas a nivel da auto-avaliação, da auto-imagem  e da motivação dos alunos que ficam retidos.
De uma maneira geral, os alunos não melhoram as aprendizagens nos anos seguintes. Se isso acontece, trata-se apenas de casos excepcionais.
Um aluno que faz uma retenção tem tendência a fazer novas retenções ao longo do percurso escolar.
O caminho do insucesso é por aí. Segue-se a desmotivação pela escola e às vezes o abandono.
Então, para que serve chumbar ? Isso  não é facilitismo ?
Na Austrália, Canadá, Finlândia, Japão, Reino Unido, e Irlanda não há chumbos e estes sistemas educativos apresentam melhores resultados do que o nosso.

22/06/12

Enfrentar os exames

Época de exames é época de medo e ansiedade. Nuns casos mais de medo concreto em relação ao exame e de reprovar no exame e  noutros de ansiedade generalizada em relação  às situações de avaliação .
Convém dizer, antes de mais,  que não há dois alunos iguais e, portanto, também as atitudes e comportamentos face aos exames são diferentes de caso para caso.
Podemos dizer que há uma situação de tensão face a qualquer tipo de avaliação e sabemos bem que tendo passado por avaliações diferentes, escolares ou outras, sempre se sente essa tensão.
Os alunos têm formas de reconhecimento das situações de avaliação de forma diferenciada, utilizam estratégias diferentes e reagem emotivamente também de forma diferente . E estas atitudes e comportamentos têm origem cerebral. Uma mesma simples sensação táctil desperta no cérebro a activação de zonas diferentes conforme a pessoa.
Temos então respostas a nível do pensamento, do organismo,  e a nível do comportamento.
O medo dos exames pode provocar algumas situações  que tendo em conta as diferenças de que falámos podem ser comuns a alguns de nós
Assim, podemos ter manifestações da ansiedade a  nível do pensamento, no organismo, respostas fisiológicas  e resposta comportamentais.

Manifestações de ansiedade
No pensamento
No organismo (resposta fisiológica)
No comportamento

·         Preocupação
·         Sensação de insegurança
·         Apreensão
·         Sentimento de inferioridade
·         Incapacidade de tomar decisões
·         Incapacidade de se concentrar
·         Confusão
·         Desorientação
·         Esquecimentos frequentes
·         Palpitações, pulso rápido, tensão arterial elevada
·         Acessos de calor, sufoco
·         Tensão muscular, tremores, sensação de fadiga
·         Sudação, secura da boca
·         Náuseas, vómitos, tonturas
·         Sensação de afogo, respiração rápida
·         Micção frequente
·         Disfunções sexuais

·         Evitação
·         Falar  rápido ou ter a voz entrecortada
·         Tremores
·         Movimentos embaraçosos e imprecisos
·         Tiques
·         Risos nervosos, bocejos
·         Explosões emocionais
·         Comer em excesso ou recusar comida
·         Abuso de tabaco, álcool, fármacos ou drogas





Baseado em  Pilar Varela  (2006),  Ansiosa-mente, Lisboa: A esfera dos livros

 Ora os exames são de facto uma situação de grande ansiedade. Mas existe uma relação entre o rendimento no exame e o nível de ansiedade. Até um nível razoável essa ansiedade é benéfica para o rendimento e quando começa a ser excessiva o rendimento começa a cair.
Para podermos enfrentar a ansiedade das avaliações com sucesso podemos ter várias estratégias:
- interpretação correcta do que se passa : o monólogo interior excessivamente preocupado, crítico, vítima, perfecciosista deve ser evitado,
- Não usar pensamentos ilógicos como pensar que vai acontecer uma catástrofe ou vai sair tudo errado. Ao contrário deve-se pensar que existe uma certa coerência e uma certa previsibilidade nos resultados.
Há uma relação entre as capacidades do aluno e o rendimento nos testes. Podemos prever que o aluno que tem essas capacidades e adquiriu determinadas competências vai ser bem sucedido nos testes e vai conseguir bons resultados.
Deve-se ter atenção aos pensamentos mágicos: pôr uma velinha ao santo da devoção ou tomar uns comprimidos para abrir a memória não vão fazer com que os resultados sejam positivos.
A sorte não está na nossa mão mas os resultados podem depender de dados objectivos.
A motivação para a realização e para o sucesso depende mais de factores intrínsecos do que de factores extrínsecos, isto é, os resultados dependem de mim e não de factores que eu não controlo como, por exemplo, a sorte.
Aquela famosa frase de que "o medo a mim não me assiste" pode fazer sentido quando fiz o trabalho de casa, isto é, quando controlei os factores que dependem de mim para ter sucesso.
Tudo isto junto com alimentação e sono equilibrados são a chave para podermos enfrentar os exames com sucesso.

13/06/12

A educação de Churchill

Em tempo de revisão do estatuto do aluno, há quem defenda o regresso à força para disciplinar os alunos na escola.
É interessante verificarmos que de vez em quando este assunto vem à baila sempre que aparece um caso mais grave ou com maior destaque na comunicação social. Também, normalmente, envolve a educação em Inglaterra. Já Montessori falava nisso.
Ao ler a biografia de Winston Churchill * notamos que a sua educação foi um falhanço como aluno e tinha sentimentos terríveis sobre a sua meninice e adolescência.
Relata os anos penosos e de infelicidade das escolas agressivas, repressivas e penalizadoras por onde passou. Os anos de escola são uma “mancha cinzenta e turva” na sua vida, dizia.
Churchill foi um péssimo aluno, chumbou vários anos e hoje seria considerado um aluno problemático e, talvez, com perturbação do comportamento.
Churchill resistiu à subjugação a que as escolas sujeitavam os alunos naquela altura, resistiu à violência do sistema disciplinar das escolas inglesas.
Com sete anos, ingressou no primeiro internato, a escola preparatória, e com 13 anos no segundo, a public school. Ambas as escolas eram verdadeiros infernos de sovas e paraísos de camaradagem; e, em ambos os casos, o objetivo principal consistia em quebrar os pupilos e em os reconstruir de uma forma diferente. Quando os graduados destas famosas escolas inglesas saiam com 18 ou 19 anos para Oxford ou Cambridge, possuíam uma segunda personalidade: normalizada, não sem atrativos, mas artificial e semelhante às árvores podadas dos jardins barrocos franceses.

E Churchill prossegue nas suas memórias: A referência do diretor de turma a castigos verificar-se-ia demasiadas vezes. Sovas com uma vara de vidoeiro, à moda de Eton, estavam na ordem do dia na St James School. Mas estou convencido de que nenhum aluno de Eton, e certamente nenhum aluno de Harrow, recebeu alguma vez sovas tão grandes como as que o nosso diretor mandava dar aos rapazes que estavam à sua guarda. A severidade do tratamento superou tudo o que seria tolerado em casas de correção do Estado. As leituras de anos posteriores permitiram-me obter explicações sobre as possíveis causas de tamanha crueldade.»
O pequeno Churchill tinha então sete anos de idade. Ficou dois anos na St. James School. Não aprendia nada, pelo que levava repetidamente sovas terríveis. E continuava a não aprender. Esmagou o chapéu de palha do diretor com os pés (e podemos imaginar quais terão sido as consequências deste ato).
Sibilava e começou a gaguejar; os pais não se davam conta de nada quando vinha passar as férias a casa e mandavam-no novamente para o seu inferno -ao longo de dois anos. Por fim, adoeceu, ainda não tinha chegado aos nove anos de idade, e os pais, assustados, mandaram-no para uma escola diferente: em Brighton, por causa dos ares do mar.
A escola em Brighton era um pouco menos distinta e um pouco mais branda, mas do mesmo estilo. Fosse como fosse, o estrago estava feito. O jovem Churchill também não aprendeu nada em Brighton, nem mais tarde em Harrow, onde nem devia ter entrado, pois entregou nos exames de admissão folhas em branco para as disciplinas de Latim e Matemática. Porém, o diretor achou que não se podia recusar a admissão ao filho do célebre Lorde Randolph Churchill. Winston Churchill seria em Harrow um eterno repetente. Apenas se destacou em Inglês, a sua mente fIcaria «toldada» em relação a tudo o resto. Mesmo no desporto escolar era um falhado obstinado: detestava criquete e futebol da mesma forma que odiava o Latim e a Matemática. E também não faria aí quaisquer amigos. Ficou evidente que o coração de Winston Churchill se tinha endurecido em relação à escola, o ensino obrigatório e o seu estilo de educação. Tinha entrado numa greve interior, à qual se manteve apaticamente fiIel durante 12 anos ao todo. A escola dispendiosa foi mal empregue nele. Saiu da escola sem ter sido domado ou marcado por ela, sem qualquer educação ou formação... 
(pags 18-25)
Com este resultado na educação, todos os prognósticos de insucesso sobre Churchill iam sair errados. O falhanço na escola não significou o falhanço de uma vida.
A relação e a admiração com o seu pai viriam transformá-lo no grande estadista que conhecemos. Foi afinal um vencedor.

*  Haffner, S.(2011), Churchill, Expresso

07/06/12

"A problemática colocação de um mastro"

"Nós estamos a sofrer, presentemente, de uma idolatria de gigantismo quase universal" (Schumacher, Small is beautifull, pag.59). É esta doença que leva à criação de mega agrupamentos. A ideia de organizações em larga escala confronta-se com a ideia de respostas de qualidade, personalizadas e humanas.
Mas, infelizmente, em nome de um qualquer indefinido progresso, as organizações em larga escala parece que levam a dianteira nas políticas sociais.
Foi assim que, primeiro, acabaram com os postos de correio e com as escolas nas aldeias pequenas. Como isso ainda não era suficiente, logo a seguir, acabaram com as escolas nas aldeias maiores.
Depois construíram grandes parques escolares e fizeram grandes agrupamentos de escolas para juntarem os alunos, às vezes de um concelho inteiro.
Como isso ainda não chega, agora querem construir mega agrupamentos e até giga agrupamentos. ..
A segurança de proximidade também não tem muita importância e foram-se aos postos da gnr. A saúde também fica mais barata longe de casa e acabaram com centros de saúde e com maternidades.
E claro, não sei se é para rir porque algumas câmaras municipais foram coniventes com esta política, agora querem acabar com os tribunais nos concelhos pequenos.
As escolas nas aldeias acabaram em nome do que "eles" dizem que é o progresso e daquilo que "eles" entendem por socialização e sucesso escolar, nunca demonstrados.
Obviamente que não precisam de acabar com as aldeias porque elas acabarão por si quando morrerem os últimos velhos.
A política das organizações em grande escala marcou o governo anterior. E pelos vistos teve sequência no actual governo.
"Eles" gostam de coisas grandiosas, como cantam os Deolinda: "O maior mastro do mundo é português".
Nada disto é novo. A organização em grande escala é a tendência das políticas dos últimos anos. Grande parte dos dossiers do governo anterior estavam inquinados por esta visão grandiosa dos megaprojectos: Milhões de computadores, estradas e mais estradas, concentração em hospitais e maternidades, empresas municipais por todo o lado, e tudo isto feito com ppp, projectos financeiros insustentáveis em que o estado, isto é, em que os nossos impostos eram sacrificados ou a dívida aumentada. E tudo com muita festa, encenação, comida e bebida.
Schumacher propõe uma dimensão humana das organizações porque funcionam melhor, são mais ajustadas às necessidades das pessoas e dão mais liberdade e criatividade às pessoas.
É por isso que há necessidade de entender o desenvolvimento numa outra direcção "que conduza o homem às verdadeiras necessidades do homem, que o mesmo é dizer: às verdadeiras dimensões do homem. O homem é pequeno e por conseguinte o que é pequeno tem beleza. Caminhar para o gigantismo é caminhar para a autodestruição. E qual será o custo de uma reorientação ? Devemos lembrar-nos de que calcular os custos da sobrevivência é uma coisa perversa. Sem dúvida que algum preço terá de ser pago por alguma coisa que valha a pena: reorientar a tecnologia de forma a que ela sirva o homem, em vez de servir para o destruir, requer, antes de mais nada, um esforço de imaginação e abandono do medo." (pag. 133)
Nos políticos, actualmente no e com poder, não se encontrará uma voz discordante da política das organizações de grande escala ?

01/06/12

Adeus tristeza


Mais um ano lectivo se aproxima do fim misturando nostalgia e recordação do tempo que passámos com alunos excepcionais e nos fizeram sentir orgulhosos do nosso trabalho. Excepcionais não só nas aprendizagens das disciplinas mas também nas aprendizagens do ser humano.
A escola, pública ou privada, vai desempenhando a sua missão contra ventos e marés, currículos sem interesse e reformas falhadas, mega ou micro, rigorosas ou ad-hoc…
Educar dá muito trabalho aos professores e aos pais. Chegar ao fim do ano tem naturais cansaços, físicos e mentais, porque não há educação sem esforço e decepção. Os professores conhecem bem as faces da educação: a felicidade de educar um aluno e a persistência tenaz e dolorosa para continuar a fazê-lo dia após dia.
A escola não pode evitar, sozinha, que a humanidade continue a ter ditadores e malandros que aterrorizam os povos ou que corrompem a sociedade sempre que têm poder para lhe tocar.
Mas de uma maneira geral a humanidade está mais bonita, está mais democrática e fizemos muitos progressos na educação e na protecção das crianças.
A escola tem ainda muita exclusão mas está mais acolhedora. Depois da escola para todos lutamos agora por uma escola melhor para todos procurando respostas educativas onde todos possam ter um espaço e fazer o seu caminho.
Os alunos do 9º ano que nos vão deixar revelaram-se excelentes. Têm elevadas capacidades humanas, cognitivas, têm autoestima elevada, vão confiantes para o secundário e pedem muito ao futuro escolar. Querem um dia ser bons profissionais e querem uma vida digna e melhor.
Alguns podiam render mais, outros ultrapassaram-se em trabalho. Lutam por uma vida saudável, mesmo quando aparecem algumas doenças manhosas, lutam contra os problemas e a desagregação da sua família, querem que os conflitos não ponham em causa o afecto dos pais, lutam contra a tristeza da juventude que cai neles quando menos esperam, lutam…
Para alguns e para chegarem aqui a escola não foi assim muito boa, empataram-se pelo caminho ou empataram-nos com reprovações, mas recuperaram e ganharam resiliência.
Este é o perfil psicológico dos alunos que eu conheço, com quem trabalhei durante o ano, que tornam feliz a vida profissional e enchem de esperança o futuro.
Sei que há outras visões da educação.
O programa “olhos nos olhos”, sobre educação, foi uma oportunidade perdida. Os erros que se cometeram e continuam a cometer na educação e nas reformas da educação não nos permitem dizer, como lá se disse, que   "os alunos não aprendem nada" e que "os professores não sabem nada".
Esta simplificação e reducionismo não deixa ver o essencial da questão. Tem havido pseudoreformas que obedecem a ideologias dominantes como, no caso português a da “escola na sociedade de classes”, levada ao absurdo com o "rodriguismo" e que só podia trazer a decepção.
Mas o essencial da escola, isto é, a transformação do ser humano, continua a ser extraordinário. Felizmente, os professores na sua grande maioria continuam a ser homens livres, a pensar livremente e a aplicar a pedagogia que melhor sabem com os seus alunos. São na sua grande maioria pessoas inteligentes, conhecem a sua área de formação, têm cultura e são capazes de educar com o coração.
Nessa perspectiva nada há a temer, nem os currículos sem arte(s), nem os mega agrupamentos, nem as direcções reitorais…
Alunos e professores estão aí para desmentirem as carpideiras do passado e os indignados do presente.