27/04/14

Soneto do amor e da morte


                                  quando eu morrer murmura esta canção 
                                  que escrevo para ti. quando eu morrer 
                                  fica junto de mim, não queiras ver 
                                  as aves pardas do anoitecer 
                                  a revoar na minha solidão. 

                                  quando eu morrer segura a minha mão, 
                                  põe os olhos nos meus se puder ser, 
                                  se inda neles a luz esmorecer, 
                                 e diz do nosso amor como se não 

                                 tivesse de acabar, sempre a doer, 
                                 sempre a doer de tanta perfeição 
                                 que ao deixar de bater-me o coração 
                                 fique por nós o teu inda a bater, 
                                 quando eu morrer segura a minha mão. 

                                 Vasco Graça Moura

O 25 de Abril não foi para isto

Nem aqui nem aqui.
Donos ortodoxos do 25 de Abril.
Valha-nos isto. Por uma vez, estamos de acordo. *

No capítulo sobre "tolerância e responsabilidade intelectual", Em busca de um mundo melhor, K. Popper refere:
"E porque é que eu penso que nós, intelectuais, podemos ajudar?
Simplesmente porque nós, os intelectuais, desde há milénios que vimos causando os mais terríveis danos. Os massacres em nome de uma ideia, de uma doutrina, de uma teoria - são obra nossa, são uma invenção nossa, uma invenção de intelectuais. Bastaria que deixássemos de atiçar os homens uns contra os outros - às vezes com as melhores das intenções - e já seria muito. E ninguém poderá dizer que tal é impossível.
Na ideia de ortodoxia e de heresia estão dissimulados os vícios mais mesquinhos. Os vícios ante os quais os intelectuais sucumbem mais facilmente: a arrogância, a obstinação, o autoconvencimento, a vaidade intelectual. Estes são vícios mesquinhos e não vícios grandes como a crueldade." (pag.172)

______________________________
  (28-4-2014)
     Mas não tem emenda. Volta logo à "vaca-fria": a negação.
  

26/04/14

O 25 de Abril foi para isto

...
"Para que os jovens dos nossos dias compreendam o significado do 25 de abril, é necessário terem presente o caminho que fizemos nestas quatro décadas.
Instaurámos a democracia e aprovámos uma Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa. Num contexto muito difícil, com o país na iminência de graves confrontos entre a população civil, as forças democráticas venceram a batalha da liberdade e da democracia constitucional.
Integrámos com sucesso os muitos milhares de Portugueses vindos dos territórios africanos que se tornaram independentes. Sem traumas nem complexos, construímos com os novos países uma aliança fraterna, que afirma o valor da lusofonia no mundo inteiro.
Nas últimas décadas, verificaram-se avanços extraordinários no plano social, que devemos preservar para as gerações futuras.
Portugal conseguiu, de forma ímpar, reduzir a taxa de mortalidade infantil, que é hoje uma das mais baixas da Europa ocidental.
A esperança de vida dos Portugueses aumentou significativamente. Hoje, contamos viver, em média, mais 15 anos do que em 1960.
Criámos um Serviço Nacional de Saúde que, através de um esforço de investimento público muito significativo, garante a todos os Portugueses o acesso generalizado aos cuidados de saúde.
Também no domínio da Educação os progressos são notáveis: no pré-escolar, crescemos de cerca de 41 mil crianças matriculadas em 1974 para mais de 270 mil, em 2012. No ensino superior o número de alunos quintuplicou entre aquelas datas. Em 1970, a população com ensino superior completo representava pouco mais de meio por cento da população residente, enquanto, de acordo com os dados dos últimos Censos, essa proporção está acima dos 12 por cento. Em 1970, um quarto da população era analfabeta, estigma que afetava particularmente as mulheres. Quarenta anos depois, a taxa de analfabetismo é pouco superior a 5 por cento.
As mulheres alcançaram direitos de igualdade e ocupam hoje lugar preponderante na frequência dos níveis superiores de ensino e no mercado de trabalho.
No início da década de 80, não existia sequer uma autoestrada que ligasse Lisboa ao Porto. Atualmente, podemos percorrer todo o País de autoestrada, desde o Algarve até à fronteira com a Galiza. Portugal é um país dotado de uma vasta rede de infraestruturas físicas, culturais e desportivas, muitas vezes construídas por outra das grandes conquistas de abril: o poder autárquico.
Fizemos um longo caminho para chegarmos ao dia de hoje, a um Portugal livre e democrático, a um país mais desenvolvido, em que as expectativas de bem-estar são semelhantes às dos restantes Estados da União Europeia.
No entanto, se os níveis de bem-estar são muitíssimo superiores aos que existiam em 1974, se os Portugueses vivem hoje incomparavelmente melhor do que há quarenta anos, a verdade é que temos ainda um longo caminho a percorrer para nos aproximarmos da média dos indicadores sociais dos países mais desenvolvidos da Europa.
Apesar do percurso que fizemos, continuamos insatisfeitos. É saudável que assim seja. É sinal de que não nos resignamos, que ambicionamos viver num país melhor, onde os nossos filhos e netos possam usufruir de maiores níveis de bem-estar."
...

22/04/14

Surpreendente cérebro


No ano do cérebro na Europa, independentemente de participar ou não no curso "Um cérebro para todas as idades", esta é uma interessante e importante entrevista de A. Castro Caldas sobre o envelhecer: memória, reforma, demência, a cidade agressiva para os idosos, a crise, a violência contra os idosos...
É claro que não concordo com algumas opiniões políticas, por ex., a austeridade, o governo, o público-privado.


19/04/14

Onde é que estava no 25 de Abril ?


Onde é que estava no 25 de Abril ? Há 40 anos estava na Guiné. Guiné-Bissau. Como muitos jovens da minha idade, deste país. Então havia o dever de estar na tropa nas missões que a Pátria obrigava. Nem todos achavam que assim era e iam até Paris, Argel, Canadá... Mas era assim para mim.
Estava em Madina Mandinga.
Tinha sido o golpe das Caldas, em 16 de Março,  e nós que já ouvíamos a BBC, uma das poucas emissoras que podíamos ouvir, em onda curta, passámos a ouvir com muito mais frequência e atenção. Até que um dia, 25 de Abril, ouvimos de facto essa notícia de que em Portugal tinha havido um golpe militar.
Nada que não se esperasse. Nada que não se desejasse ou que não fosse subentendido em muitas situações, conversas… e nos cartazes contra a guerra, qualquer guerra, nos panfletos que circulavam no quartel, em Mafra, nas canções do Gaipo ou nas canções de amor da minha Beira, "à beira do rio nascem"...
Sentimentos contraditórios muitas vezes inconciliáveis: um dever a cumprir, o lema do meu batalhão era "honra e dever", e o  contexto em que tudo se passava quando cantávamos "Manuel partiu prà guerra"...
Era um jovem universitário que tinha interrompido o curso de psicologia, por causa da tropa. A situação em que se vivia era difícil, os jovens não conseguiam emprego  antes de ter concluído o serviço militar. 
O contexto universitário não só era de discordância em relação à guerra do ultramar mas também em relação à falta de liberdade de expressão e de democracia.
Mas também isto era contraditório: Na música, Zeca Afonso, comprei no casão militar, o “venham mais cinco”, Adriano Correia de Oliveira... na literatura,  Dinossauro Excelentíssimo, nos jornais, o República, o Diário de Lisboa e os respectivos suplementos, o Tempo e o Modo, o Expresso...
Era um tempo de insegurança, de emoção, de saudade de cada vez que se partia e eram tantas as despedidas...

Foto: Em Lisboa não era assim. No terreno era.  Encontro com o PAIGC, perto de Dara. Capitão Rodrigues, Eu, alferes Baptista, 1º sarg. Guerra e elementos do PAIGC

18/04/14

De Ponderosa à Ucrânia



Todas as pessoas da minha idade se recordam da série Bonanza. Um pai vivia com os seus filhos no rancho fictício de Ponderora. Esta ficção era de facto mítica. Como criança jogávamos aos cowboys, na escola, discutindo o herói que cada um queria assumir no respectivo jogo.
Brincar faz parte da infância e esta é a idade própria para brincar. A criança deverá passar por estes estádios de desenvolvimento e ultrapassá-los de forma a atingir a plena maturidade como ser humano.
Para Piaget os jogos correspondem a diversas etapas do desenvolvimento do conhecimento que correspondem aos estádios mais baixos do desenvolvimento até aos mais elevados.
 De alguma forma vemos no nosso desenvolvimento o percurso da evolução.
Como crianças estamos mais perto das formas instintivas de reagir do que das formas mais civilizadas.
Os jogos territoriais são também jogos infantis, formam-se grupos e gangs para defenderem o seu território ou a sua posição.
Estes jogos podem tornar-se violentos e pouco socializados entre os adolescentes .
As guerras têm muito a ver com esta forma primitiva de jogo. São estes vestígios primitivos que permanecem na nossa herança arcaica da guerra.
Quando se é criança esses jogos deviam fazer parte do desenvolvimento e esgotarem-se por esse tempo.
“Cada coisa a seu tempo; não é nem razoável nem oportuno fazer a guerra quando se é adulto.” (pag. 479)
Os jogos de guerra são muito diferentes das simples brincadeiras, dos jogos simbólicos infantis: Como na infância, brincar com soldadinhos de chumbo ou mais actualmente com os legos do batman e do joker… O desejo de ser uma pessoa poderosa, a identificação com os heróis da guerra, ajudam a criança a fazer face e a resolver os problemas emocionais e de crescimento. São uma forma de resolver os seus medos e agressividade
Os jogos de guerras civis podem de algum modo significar as guerras existentes dentro da família, "as guerras de irmão contra irmão"; “tais lutas familiares estragam o sentido de bem-estar da criança mais do que qualquer outra coisa, pois que, se não existe segurança dentro do seio da família, onde poderá então ser encontrada ?”
É por isso que os pais que se acham pacifistas ficam desconcertados quando vêem os filhos brincar aos soldadinhos de chumbo... É por isso que “o pacifismo é um conceito sofisticado do adulto”
Não vemos crianças a brincar aos pacifistas: "olha tu agora és a madre Teresa de Calcutá" ou "agora vamos brincar ao Luther King"… As crianças jogam aos policias e ladrões, aos cowboys e aos índios, aos bons e aos maus.
“Mas sejam quais forem os bons a criança deve ao fim e ao cabo acabar por se integrar na identidade deles.”
“ Em todos os momentos as crianças brincam aos jogos de guerra  em que lutam umas contra as outras  ou contra o inimigo histórico do momento”.
O que se passou recentemente na ex-Jugoslávia e se está a passar na Ucrânia, por exemplo, mostra bem o primitivismo e até que ponto não fomos (somos) capazes de viver de forma socializada.
Não fomos capazes de compreender que o motivo do jogo não era saber quem era o mais forte mas  que o bem tem de triunfar sobre mal como ainda devemos fazê-lo de uma maneira que prove o valor de uma humanidade superior.
O sr. Putin não nos ouve mas se ouvisse dir-lhe-ia que a guerra é uma forma inferior, primitiva e não socializada de poder.

12/04/14

Desperdício escolar


O desperdício escolar é enorme em temos financeiros. Mas talvez pior ainda sejam outras consequências do desperdício escolar de que já falámos: "Um ano de escolaridade perdido: é a eternidade numa redoma".
O que espanta é que ainda haja quem defenda este sistema de retenções sem alternativa. O que espanta é que se continue a defender uma equidade falsa e a criticar o ensino vocacional/profissional.

Mas, em todo o caso, talvez fosse interessante maior rigor nestes  milhões.

Em 3-7-2010, "a ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou que "os chumbos quase nunca são benéficos" e, em entrevista ao ‘Expresso’, adiantou que está a ponderar alterar as regras de avaliação durante o seu mandato. O chumbo, disse, "não tem contribuído para a qualidade do sistema" e, por isso, "a alternativa é ter outras formas de apoio, que devem ser potenciadas para ajudar os que têm um ritmo diferenciado". Segundo as contas da tutela, os chumbos custam todos os anos ao País 600 milhões de euros.

Em 2-4-2014, "o insucesso escolar custa ao país 250 milhões de euros por ano. Um estudo sobre a educação em Portugal conclui que o sistema não está concebido para promover o sucesso. (Também aqui).

Bom, em quatro anos, foi uma grande poupança !

11/04/14

"Pais razoavelmente bons"

Aspidistra elatior (Daqui)

Educar não é assim tão fácil. Winnicott coloca esta questão: O que é penoso na educação ? Os pais podem sentir-se culpados porque descobrem sentimentos que não são só de amor em relação a crianças pequenas. No entanto, estes pais e mães estão seguros do seu amor para com a criança mas não têm receio de falar do lado mau do quotidiano.
"Sem sentimento de culpa nem ambivalência, nenhuma mãe seria sensível às necessidades do filho." Efectivamente o desenvolvimento de uma criança coloca muitos problemas aos pais e educadores. É esse quotidiano bom e mau que  se mostra em "Não há famílias perfeitas".
Somos confrontados com aos seus comportamentos e atitudes durante o seu desenvolvimento. Uma das primeiras coisa que acontecem é a confusão que há em casa quando temos filhos. É óbvio que a casa não pode ter a mesma arrumação como se vivêssemos sem eles
Somos confrontados com comportamentos, como o ciume e as birras, que fazem parte do desenvolvimento normal de uma criança.
Neste caso, as crianças que manifestam este comportamento estão a querer dizer “eu tenho a melhor mãe que tu também queres”, mostrar o amor que tem à mãe e o seu sentimento de posse em relação ao objecto de amor.
O desenvolvimento de um bebé acontece quer a gente queira quer não. E também acontece que não há duas crianças iguais umas dão mais trabalho do que outras uma são pouco activas e outras proactivas. O desenvolvimento tem estas crises normais.
Depois  o ambiente continua a diferenciação que existe em relação à própria criança - o outro, ou seja, cada elemento da família e que vão mostrar àquele bebé uma casa, uma família diferente de todas as outras.
Face a estes problemas normais, os pais devem ser “…razoavelmente bons. Os pais razoavelmente bons podem ser utilizados pelos bebés e pelas crianças pequenas e razoavelmente bons quer dizer nós. Para sermos consistentes, portanto previsíveis para os nossos filhos temos de ser nós próprios. Se formos nós próprios os nosso filhos poderão vir a conhecer-nos se estivermos a representar um papel, seremos certamente descobertos quando formos apanhados sem maquilhagem.” (Pag 137). 

Estamos em período de férias escolares. Alguns pais também aproveitam para fazer uns dias de férias ou apenas de descanso. Cada um sabe como deve ocupar bem este tempo. Mas quanto a mim, é sempre um tempo de interacção consistente e previsível com os filhos.
Fundamental é construir a confiança. "Há qualquer coisa a respeito de ter um bebé (mesmo na preparação para a adopção de um bebé) que altera os pais. Ficam orientados para esta tarefa especial. Como queria dar um nome a isto chamei-lhe «preocupação maternal primária».
Esta orientação para as necessidades do bebé depende de muitas coisas, uma das quais é o facto de a mãe e o pai carregarem memórias escondidas  de terem sido eles próprios bebés e de alguém ter tomado conta deles em termos de confiança, de protecção da imprevisibilidade e de oportunidade para prosseguir o assunto altamente individual que é o crescimento pessoal."
Os pais não são especialistas do desenvolvimento, mas só eles têm as competências indispensáveis ao crescimento do bebé. O crescimento depende então destes cuidados primários prestados pelos pais.
Como acontece com esta magnífica planta.
"Acontecem muitas coisas nos interstícios escuros da sua aspidistra, se tiver uma, embora possa ser completamente ignorante em biologia; contudo, pode ser famosa na rua onde mora graças à sua aspidistra e às suas folhas verdes e limpas, sem pontas castanhas." (pag 142)
Então, educar, talvez não seja assim tão difícil.


10/04/14

Se eu aqui vivo...

 

Onde comer em Castelo Branco ? Vale a pena experimentar o restaurante "Praça Velha". Mesmo no centro da cidade, ao lado do Museu Cargaleiro, pode facilmente subir ao Castelo ou visitar o Jardim do Paço...
Os paraísos que (me) interessam: os espaços sensoriais, culturais e das emoções. Para partilharmos com quem mais gostamos.

03/04/14

O primeiro dia


Foto_AfonsoPaiva2.jpg

Chegou a agridoce reforma, a partir de 1 de Abril, num dia de chuva e frio de Primavera. Até parece mentira. Parece mentira estar a Primavera no início e chegar ao fim da carreira.

Passou tudo tão depressa...
Não estou cansado nem desmotivado do trabalho
e gosto de viver.
É verdade que um ou outro achaque me está sempre a lembrar de que já não posso ter as mesmas responsabilidades e os mesmos horários.
É verdade que não é a mesma coisa. Aquela ideia de que somos sempre jovens, pelo menos de espírito, tem dias...
tem dias em que não é verdade nem no corpo nem no espírito,
tem dias em que também surgem os medos,
medo das doenças, de ficar doente,
medo dos governos desgovernados que ora gastam em obras inúteis o dinheiro que lhes emprestaram  ora nos mandam poupar e ficar com salários e reformas limitados ao que esticam ou encolhem nas finanças que não se entendem em gerir,
medo de promessas e mais promessas eleitorais que se avizinham para os dias em que o pouco crédito de confiança,  pelo menos, que ganhámos se preparam para desbaratar,
medo da insegurança das ruas e das casas,
de cair,
medo dos que chamam velhos com desprezo e dos modernaços que lhes proíbem a entrada em sítios que querem só para jovens,
medo de levar encontrões porque não vamos tão depressa,
medo de que já não nos convidem para nada ou apenas para os programas da manhã das televisões,
medo de não poder ajudar os outros e, ao contrário, precisar de ser ajudado,
medo de ser um problema para os outros...
Tantas vezes disse que a inclusão era "a nossa maneira de ouvir os outros, uma acção recíproca, mútua, permanente".

Mas também é bom ter orgulho do passado,
é bom ter saudades do passado, de gostar do que fazia, o segredo para se ser feliz e para ajudar os alunos a procurarem o seu próprio sucesso.

É bom ter saudades da minha escola, foi um sítio onde fui feliz,
porque lhe conheço o dentro do dentro
e é aí que tenho saudades do futuro,
porque sei que o mundo vai ser melhor, conheço a criatividade das crianças, a generosidade dos adolescentes, a bondade das pessoas.
Foi também por mim que cresceram e se tornaram investigadores, médicos, enfermeiros, engenheiros, empresários, mecânicos... que foram nossos alunos, e que agora encontramos no hospital, constroem as nossas casas, as nossas cidades e são profissionais competentes.

Mesmo quando parece que isso não é verdade e temos um mundo um bocadinho feio, fomos nós que assim o construímos. Só podemos lamentar-nos de nós próprios e, se temos queixas, ainda vamos a tempo de reparar as nossas emoções negativas. Este tempo da vida também serve para perdoarmos e nos perdoarmos.
Este tempo da vida é ainda de força de viver  e "este é o primeiro dia do resto da minha vida."