(1) Marta Rebelo, "Precisamos de um Ministério da Solidão?" Visão, 10.03.2021 ; "Há países que já têm um Ministério da Solidão. E Portugal?" Agência Lusa , CM.
26/06/25
Olá, solidão!
(1) Marta Rebelo, "Precisamos de um Ministério da Solidão?" Visão, 10.03.2021 ; "Há países que já têm um Ministério da Solidão. E Portugal?" Agência Lusa , CM.
21/03/25
Por que os idosos não querem ir para um lar ?
12/03/25
Ideias que curam 2
No meio da grande confusão que vai pelo mundo, e mesmo no nosso pequeno mundo nacional, é preciso que consigamos alguma tranquilidade, sensatez, racionalidade.
É penoso, e talvez para algumas pessoas, perturbador, assistir a tantos desentendimentos, afastamentos, polarizações.
Os dias passam e acrescentam mais ódios e relações cada vez mais clivadas.
Talvez tudo tenha mudado em 11 de Setembro de 2001, quando as torres gémeas foram deitadas abaixo: “O dia que fez abalar o mundo”. (Amaral Dias, Um Psicanalista no Expresso do Ocidente)
Nunca foi fácil para cada pessoa encontrar o equilíbrio na vida e também não o é actualmente. Podemos dizer, no entanto, que é sempre possível “converter qualquer obstáculo num meio para atingir os fins”. Neste caso, atingir o equilíbrio.
Sem dúvida, que tem um papel muito importante tudo o que possamos fazer para nos ajudarmos a nós próprios.
Sei que, também nesta área da auto-ajuda, é necessário ser selectivo porque há muitos caminhos que podem servir outros propósitos que não sejam os que interessam.
Já aqui tenho escrito e falado (RACAB) em vários procedimentos terapêuticos que podemos usar na gestão do equilíbrio que procuramos para a nossa vida: a terapia da natureza, a hortiterapia, a biblioterapia, a filosofia, a leitura e prática do estoicismo, as práticas da meditação que vão da terapia mindfulness até à prática da oração...
Por estes dias de incerteza, leio Séneca, Sobre a brevidade da vida, que pode ser um bom começo para fundamentar esta perspectiva....
Tudo o que está à nossa volta nos preocupa. Vivemos preocupados, ou seja, há todas as condições, políticas, sociais e familiares para que assim seja...
“Mas (diz Séneca) há quem viva preocupado mesmo quando em repouso: Em casas de campo, no leito, no meio da solidão. Mesmo quando totalmente sozinhos, são a pior companhia que podem ter. Não vivem descansados, mas com preocupações persistentes.”(p. 22)
Provavelmente, estamos nesta categoria e se calhar temos justificadas razões para isso: somos daqueles que trabalham ate à exaustão, até ficarmos doentes (burnout), workaholics inveterados, regressamos cansados de férias, ficamos cansados de ver tv ou das redes sociais...
Outra das minhas leituras é Estoico todos os dias, de Ryan Holiday e Stephen Hanselman, que propõe um pensamento para cada dia do ano, principalmente a partir dos textos de Séneca, Epicteto, Marco Aurélio. Uma proposta de leitura para cada dia do ano, mas mais do que isso de meditação.A leitura para o dia 11 de Março parte de uma frase de Epicteto: “O homem sem impedimentos, que tem à mão as coisas como quer, é livre. Mas aquele que possa ser impedido, coagido ou empurrado para fazer qualquer coisa contra a sua vontade, é um escravo.”(p.103)
As pessoas perdem a liberdade em troca do que supõem ser o êxito, o poder, a riqueza e a fama, são “prisioneiras nas cadeias que elas próprias construíram”.
Se pensarmos bem, há 50 anos, aconteceu o 11 de Março de 1975, com todos os desmandos e violência que se seguiram e que só viriam a terminar com o 25 de Novembro desse ano.
Não podemos dizer que a crise actual é pior.
Até para a semana.
06/11/24
Idosos cuidadores de idosos
Colocar o pai ou a mãe num lar pode ser uma decisão extremamente difícil e complicada e gerar conflitos contra a sua vontade, quando rejeita essa opção, de forma ostensiva ou ficando em silêncio... Uma alternativa é, muitas vezes, ficar a cuidar deles na sua própria casa, mesmo que a nível temporário, mesmo que com apoio de outros familiares.
É necessário avaliar se o podemos fazer sozinhos, com apoio dos irmãos ou outros familiares, ou com necessidade de recorrer ao apoio domiciliário disponibilizado por instituições ...
Com pais muito idosos é natural que os filhos também já sejam idosos e, por isso, é necessário ter em conta que os idosos cuidadores de idosos são duplamente onerados devido às suas fragilidades e por terem de cuidar de outros ainda mais frágeis.
Até para a semana.
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02/10/24
Envelhecer com dignidade
Esta discriminação negativa, devida à idade cronológica, chama-se idadismo (ageism). Para Sofia Duque, (“Dia Internacional do Idoso: contra o estigma e estereótipos, para dignificar e respeitar os direitos dos mais velhos”, DN, 1-10-2024) o idadismo “pode ter várias consequências negativas:
de natureza psicológica – a baixa autoestima, depressão e ansiedade;
a redução do acesso a cuidados de saúde;
a falta de motivação dos próprios para a adoção de estilos de vida saudáveis, face à crença falsa de que a deterioração funcional e cognitiva são consequências inevitáveis do envelhecimento;
o isolamento social e solidão;
a tensão nas dinâmicas familiares, sendo frequentemente afastada a pessoa mais velha da tomada de decisões, mesmo quando estas lhe dizem diretamente respeito;
o afastamento das esferas familiar e social;
as políticas sociais e de saúde desfavoráveis;
a desvalorização das capacidades das pessoas mais velhas e a falta de oportunidades.”
Podemos fazer um exercício. Para entendermos o que sente um idoso coloquemo-nos no seu lugar. Como gostaria de ser tratado quando fosse mais velho ou idoso?
Um idoso quer ser tratado com o respeito que é devido a um ser humano.
Deve-se ter em conta o seu passado, o profissional que foi e o trabalho que fez durante tantos anos.
Embora possa ficar calado, não gosta de ser tratado com termos ofensivos e esterotipados.
Apesar de já não poder deslocar-me tão facilmente ou de não estar “à la page”, não gosta de ser excluído de nada: da vida da família e da vida em sociedade.
Não gosta de ser tratado por tu mas de ser chamado pelo seu nome e gosta de ser cumprimentado como as outras pessoas.
Não gosta de ser excluído de sítios que proíbem a sua entrada.
Gosta que lhe perguntem a sua opinião em relação às coisas que lhe dizem respeito e que o deixem decidir em relação à ida para um lar ou uma “erpi” (estrutura residencial para pessoas idosas). Deve ser respeitada a sua vontade.
Gosta de ser tratado por profissionais competentes que sabem como lidar com pessoas idosas com as suas dificuldades emocionais, cognitivas e sociais.
Gosta de fazer o que gosta e de não ser infantilizado. As actividades devem ter em conta que o adulto ou o idoso não é uma criança, que tem uma experiência de vida, cultura e vivências próprias.
Gosta que o deixem em paz quando não quer participar... mas, ainda que sozinho, prefere ler, escrever e pensar...
Até para a semana.
28/09/24
11/12/23
"Na hora da partida"
"É vontade raivosa que muitas vezes me assalta, mas quando consigo travar a tempo, passados uns instantes de reflexão logo descarto a ideia, ciente de que o resultado seria funesto.
Dá-se o caso, e com ele há vidas sofro, que me desconcerta a violência e disparidade dos meus sentimentos para com a terra em que nasci, as raivas que ela me provoca, como se em vez de um lugar, um território, uma nação, Portugal fosse gente.
Ora o vejo como um sujeito estúpido que me dá vontade de insultar e agredir, ora um tonto de tal modo desvairado que não paro de abanar a cabeça, de vez em quando uma inocente criança, que em mim desperta insuspeitados carinhos e ternura.
Olho-o de longe e assusta-me a frieza com que disseco o seu funcionamento, o sarcasmo que me provocam os pandilhas que há décadas o esbulham, fingindo que governam, os sortidos donos daquilo tudo, os que se dobram ajoelhados como escravos de galé. E ainda os jeitos, as luvas, o fatalismo, as vénias, a cunha, a subserviência para com os que estão acima, o desprezo para com os que dependem. O medo generalizado, os brandos costumes, as manhas, o respeitinho. Aquela inveja, que de tão extraordinária e corrente parece ser genética. A promessa raro cumprida, idem a sornice, o deixa para amanhã, a fatuidade, o valor das aparências, o gosto da rasteira.
Mas depois, tão entranhado português que sou, e protegendo-me de mim próprio, logo amoleço, procuro razões de brandura e desculpa, fecho um bocadinho os olhos, embalo-me com a esperança de que cheguem os amanhãs que sempre desejei.
Contudo agora, melancolicamente certo e seguro que a minha hora não tardará, sei que vou partir sem os ver chegar."
J. Rentes de Carvalho, Tempo contado
27/09/23
Memória e internet - o "efeito google" *
22/09/23
"A ilusão da eutanásia"
06/07/23
Construir boas memórias
Nós somos PrimaveraGostamos de cantar!Nos somos juventudeNascemos para amar!Nós queremos AmarToda a gente da terra!Não queremos mais fomeNão queremos mais guerra!
18/05/23
"A vida apenas, sem mistificação" (3)
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