19/05/24

Obviamente, pode! O resto é censura



Constituição da República Portuguesa


PARTE I - Direitos e deveres fundamentais

TÍTULO II - Direitos, liberdades e garantias

CAPÍTULO I - Direitos, liberdades e garantias pessoais

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Artigo 37.º - (Liberdade de expressão e informação)


       1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações. 
       2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura. 
       3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei. 
       4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.





17/05/24

Educar é Crescer Juntos


Neste mundo tão complexo que é o nosso, o papel dos pais na educação dos filhos é cada vez mais importante. É por isso necessário que os pais estejam atentos a tudo o que tem implicações na vida dos seus filhos.

As consequências da pandemia devido ao isolamento social  manifestam-se não só a nível das aprendizagens como a nível emocional. Podemos já dizer que “não ficou tudo bem”  e que “nada vai ser como dantes”.

Muitas mudanças porém já se faziam sentir e a peste emocional (W. Reich) existe no coração dos homens mesmo sem pandemia. O que mudou no interior da família, o que mudou na parentalidade?

Carlos Gonzalez em Crescer juntos - Da infância à adolescência com carinho e respeito,  fala-nos sobre os pais que crescem com o crescimento dos filhos.

É um livro pré-pandemia que começa por perguntar: “Quem são os pais de hoje?" E a resposta é: “Não sabemos”.

Mas sabemos que  houve mudanças na sociedade,  com implicações na educação dos filhos. CG refere algumas dessas mudanças: mais dúvidas, culpa, solidão, idade, número de filhos, stress, divórcio, TV. (p. 11-42)

Vejamos algumas dessas implicações.

Há mais dúvidas. As mães antes tinham mais certezas e o conhecimento sobre a educação dos filhos era feito directamente. A realidade é que hoje em dia as mães procuram respostas em livros e revistas ou junto de peritos, pediatras, enfermeiros psicólogos e educadores...


Parece que muitas mães se sentem culpadas pela forma como educam os filhos e há sempre gente disposta a questionar porque é que a mãe faz de uma determinada maneira e não faz de outra...

Ora nós sabemos que não há apenas uma, mas  muitas formas diferentes,  igualmente válidas, de educar uma criança.

 

Hoje em dia os pais também estão mais sós do que antigamente, em que era habitual  a convivência com os tios, primos,  avós, etc. Os avós sempre colaboraram na educação dos seus netos mas era uma colaboração “em paralelo” em que se partilhava o trabalho, responsabilidade e a mesa da família, havia sempre algum adulto em casa ...  agora trata-se de uma colaboração “em série”, a criança passa da casa dos pais, para casa dos avós, para a escola... muitas vezes sem comunicação.

 

Antigamente não havia televisão. A minha geração viu todo o desenvolvimento que os meios de comunicação social tiveram nos últimos 70 anos.

A televisão não deve ter um papel preponderante dentro da família. Infelizmente parece ter lugar destacado em muitas famílias.

 

Quanto ao uso do telemóvel sabemos a luta que as famílias e as  escolas têm que travar para o uso racional deste aparelho. Começamos agora a ter a noção dos prejuízos que um aparelho feito para a comunicação e relação provoca no isolamento social e das consequências do mau uso que os adolescentes lhe dão.

 

Por isso faz sentido que estejamos atentos, porque sabemos que há outros “educadores externos” à família e, havendo maior diversidade de perspectivas educativas, o papel dos pais ganha mais relevo na educação. 

 

 

 

Até pra semana.



 

 

Rádio Castelo Branco






08/05/24

A ideologia de género

 


A ideologia de género está subjacente à irracionalidade que tem vindo a atingir a vida das pessoas que, de uma forma perturbadora, são afectadas no seu pensamento, na tolerância e respeito que também lhes são devidos. É elementar que haja liberdade para pensar aquilo que são os pontos de vista baseados na ciência e na racionalidade. E que sejam respeitados também os direitos dos pais na educação dos filhos.


Ainda a onda da irracionalidade da ideologia de género não tinha chegado ao ponto em que está na Assembleia da República, já Miriam Grossman psiquiatra de crianças, jovens e adultos, em 2009, tinha começado a alertar os pais para o que estava a ser ensinado na escola sobre educação sexual, no livro: “Você está a ensinar ao meu filho o quê?”

Esta racionalidade, inserida na contestação à teoria/ideologia  de género é também necessária para que os pais possam argumentar contra frases feitas que são autênticas falsidades.

Contra a expressão “nascer num corpo errado”, Miriam Grossman diz que "nenhuma criança nasce no corpo errado". Para ela, "toda a criança nasce no corpo certo". 

Outra falsidade é dizerem que os outros “só têm que respeitar”. Como?

Jean-François Braunstein em A religião woke dedica um capítulo à ideologia de género: "Uma religião contra a realidade - a teoria de género". 

É uma análise da realidade em confronto com a ilusão.
“Poder-se-ia evidentemente dizer que esta entrada num mundo imaginário não incomoda ninguém, mas, contudo, traz consigo uma série de consequências. “Antes de mais, porque existe um risco, para alguns dos que mergulham nesta ficção, de ficarem presos nela...Em seguida, porque se está a pedir que cada um de nós, individualmente, e como membros da sociedade participe neste mundo imaginário.
Por fim, ... alguns destes transgéneros são militantes e proselitistas que, não se contentando em eles próprios mudarem de género ou de sexo, se propõem a converter crianças e adolescentes.”

"Esta desrealização do sexo e do corpo, o facto de a aparência física já não contar absolutamente nada para os defensores da teoria de género, manifesta-se em particular em torno da questão dos "pronomes"...A questão do género é assim tão sensível porque conduz, não apenas a uma negação afirmada, descomplexada e conquistadora da realidade, mas também à vontade de que esta ilusão seja partilhada" (p. 85)
Para as crianças, “é uma coação insuportável obrigá-las a ver uma coisa, neste caso um homem, e a dizer que é outra coisa, isto é, uma mulher ou um “não-binário”. Esta obrigação é radicalmente destruidora do testemunho dos sentidos: pressupõe que o real não existe e que existem apenas consciências separadas de qualquer ancoragem física.”
"É isto que não é aceitável impor às nossas crianças e é aqui que a seita dos wokes melhor mostra a sua intenção de destruir o mundo pela raiz." (p. 88)

Outra falsidade que se repete tantas vezes que acaba por ser aprendida e imitada na legislação é "o sexo atribuído à nascença". 
Atribuído à nascença? Nem é atribuído nem é à nascença. “Como se o sexo da criança não pudesse ser determinado antes do nascimento, na ecografia ou mediante uma simples colheita de sangue e um teste genético.” (p. 90)


Até para a semana.

 


 


Rádio Castelo Branco