Época de exames é época de medo e
ansiedade. Nuns casos mais de medo concreto em relação ao exame e de reprovar
no exame e noutros de ansiedade
generalizada em relação às situações de
avaliação .
Convém dizer, antes de mais, que não há dois alunos iguais e, portanto,
também as atitudes e comportamentos face aos exames são diferentes de caso
para caso.
Podemos dizer que há uma situação
de tensão face a qualquer tipo de avaliação e sabemos bem que tendo
passado por avaliações diferentes, escolares ou outras, sempre se sente essa
tensão.
Os alunos têm formas de
reconhecimento das situações de avaliação de forma diferenciada, utilizam
estratégias diferentes e reagem emotivamente também de forma diferente . E estas
atitudes e comportamentos têm origem
cerebral. Uma mesma simples sensação táctil
desperta no cérebro a activação de zonas diferentes conforme a pessoa.
Temos então respostas a nível do pensamento,
do organismo, e a nível do comportamento.
O medo dos exames pode provocar
algumas situações que tendo em conta as
diferenças de que falámos podem ser comuns a alguns de nós
Assim, podemos ter manifestações da ansiedade a nível do pensamento,
no organismo, respostas
fisiológicas e resposta comportamentais.
Manifestações de ansiedade
|
||
No pensamento
|
No organismo (resposta fisiológica)
|
No comportamento
|
·
Preocupação
·
Sensação
de insegurança
·
Apreensão
·
Sentimento
de inferioridade
·
Incapacidade
de tomar decisões
·
Incapacidade
de se concentrar
·
Confusão
·
Desorientação
·
Esquecimentos
frequentes
|
·
Palpitações,
pulso rápido, tensão arterial elevada
·
Acessos de
calor, sufoco
·
Tensão
muscular, tremores, sensação de fadiga
·
Sudação,
secura da boca
·
Náuseas,
vómitos, tonturas
·
Sensação
de afogo, respiração rápida
·
Micção
frequente
·
Disfunções
sexuais
|
·
Evitação
·
Falar rápido ou ter a voz entrecortada
·
Tremores
·
Movimentos
embaraçosos e imprecisos
·
Tiques
·
Risos
nervosos, bocejos
·
Explosões
emocionais
·
Comer em
excesso ou recusar comida
·
Abuso de
tabaco, álcool, fármacos ou drogas
|
Baseado
em Pilar Varela (2006), Ansiosa-mente,
Lisboa: A esfera dos livros
Ora os exames são de facto uma situação de grande ansiedade. Mas existe uma relação entre o rendimento no exame e o nível de ansiedade. Até um nível razoável essa ansiedade é benéfica para o rendimento e quando começa a ser excessiva o rendimento começa a cair.
Para podermos enfrentar a ansiedade das avaliações com sucesso podemos ter várias estratégias:
- interpretação correcta do que se passa : o monólogo interior excessivamente preocupado, crítico, vítima, perfecciosista deve ser evitado,
- Não usar pensamentos ilógicos como pensar que vai acontecer uma catástrofe ou vai sair tudo errado. Ao contrário deve-se pensar que existe uma certa coerência e uma certa previsibilidade nos resultados.
Há uma relação entre as capacidades do aluno e o rendimento nos testes. Podemos prever que o aluno que tem essas capacidades e adquiriu determinadas competências vai ser bem sucedido nos testes e vai conseguir bons resultados.
Deve-se ter atenção aos pensamentos mágicos: pôr uma velinha ao santo da devoção ou tomar uns comprimidos para abrir a memória não vão fazer com que os resultados sejam positivos.
A sorte não está na nossa mão mas os resultados podem depender de dados objectivos.
A motivação para a realização e para o sucesso depende mais de factores intrínsecos do que de factores extrínsecos, isto é, os resultados dependem de mim e não de factores que eu não controlo como, por exemplo, a sorte.
Aquela famosa frase de que "o medo a mim não me assiste" pode fazer sentido quando fiz o trabalho de casa, isto é, quando controlei os factores que dependem de mim para ter sucesso.
Tudo isto junto com alimentação e sono equilibrados são a chave para podermos enfrentar os exames com sucesso.
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