09/09/15

Entrada na escola: latência activa


Bem-vindos à “opinião” das quintas-feiras. Vamos continuar a falar de psicologia e da sua importância para as nossas vidas, dos nossos comportamentos, da vida pessoal, social, comunitária, politica e cultural.
Em especial, vamos falar de psicologia da educação, do desenvolvimento humano, dos comportamentos na infância e adolescência.
A psicologia tem a ver com todas estas áreas e por isso teremos que falar dos comportamentos das pessoas no seu quotidiano.
Se não fosse por esse motivo seria por uma questão de cidadania. Como escrevia Walt Whitman, 
      Esta é a cidade e eu sou um dos cidadãos,
      o que quer que interesse aos outros, também me interessa, política, guerras, mercados,             jornais, escolas,
      o presidente da Câmara e as assembleias, bancos, tarifas, navios,
      fábricas, mercadorias, armazéns, bens mobiliários e imobiliários.

IMG_2161.JPGÉ precisamente pela educação que quero começar: a entrada na escola, uma latência muito activa
A entrada na escola foi e é um dia marcante para qualquer um de nós, porque o é na realidade e também pela carga afectiva, social... que as famílias e a sociedade colocam nesse dia.
Por isso, o primeiro dia de escola provavelmente é dos episódios da nossa infância que lembramos mais facilmente .
Sei precisamente quem me levou à escola no primeiro dia, a minha mãe, que me “entregou” ao meu professor e ali fiquei com a lágrima no olho, a imaginar o que me podia acontecer naquele meio desconhecido.
Este é um momento de grande apreensão e ansiedade para os pais e para as crianças. Por isso, merece que estejamos atentos aos sinais que surgem.
Quem é a criança que vai entrar na escola ?
Conhecer o nosso filho é fundamental para iniciar uma boa escolaridade. Mesmo assim, vamos encontrar algumas surpresas nem sempre agradáveis .
Aos 6 anos ,como se costuma dizer, a criança chega à idade da razão. A partir desta idade a criança torna-se operatória, isto é, capaz de raciocinar de forma concreta e de realizar operações concretas. 
Os psicólogos da segunda metade do século XX trouxeram um grande conhecimento para compreensão do desenvolvimento da criança. A criança passou a ser vista como um indivíduo em desenvolvimento, que esse desenvolvimento é feito por estádios e que a criança é activa e não um ser passivo onde se inscreve tudo o que se quiser.
A inteligência é a adaptação às circunstâncias que vai encontrar: Adaptação à classe, aos companheiros, ao professor, ao trabalho escolar
Freud designou este período de desenvolvimento como latência.. É um período muito importante para a formação da autoridade, aprendizagem dos limites e aprendizagem de sentimentos relacionados com a ética e a estética.
A criança está interessada nas aprendizagens de coisas novas, como a leitura e escrita e de tudo o que se passa no meio social.
Esta criança está a ser avaliada, pela primeira vez,  e com ela os pais estão também a ser avaliados como bons ou maus educadores.

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