Como já foi dito, o problema dos refugiados diz respeito a todos os países, desde logo os de origem, os de passagem e os de destino, mas também os que ficam longe, os que estão em guerra e os que apoiam a guerra, os que vendem as armas, os que lavam as mãos porque isto é lá com a Europa...
Há então que agir em três momentos e em três espaços: Em primeiro lugar, nos países de origem "sob pena de estarmos a tratar os sintomas e não a doença", como defende Luís Amado, ”é necessário acabar com o estado islâmico”, “deixou-se uma força como o EI crescer e progredir, ganhar território e poder de terror sobre as populações que a humanidade não pode aceitar."
Por outro lado, parece que não seria muito difícil de resolver o problema se o sr. Obama e o sr. Putin se sentassem à mesa para decidirem parar esta calamidade*, isto é, a Rússia** e os Estados Unidos não podem assistir, indiferentes, a esta desgraça, tal como os estados vizinhos, até porque esses países também têm sido vítimas deste radicalismo.
Sobre os países de passagem há que acolher os refugiados em nome da lei ***, da ética e do humanismo. Isto também quer dizer que a abertura de fronteiras deve ser organizada, com regras, e registo de todos os que pedem asilo de forma a que a grande maioria dos que fogem da guerra não possam ser confundidos e trazer no seu seio os inimigos da democracia.
Provavelmente a Europa, a começar pela Alemanha e a Áustria, é uma parte do mundo em que o cumprimento da lei e do humanismo são mais efectivos e a srª Merkel tem sido disso um bom exemplo.
Os cidadãos dos países democráticos europeus, têm defendido duas posições antagónicas mas que merecem ser consideradas: é preciso acolher e melhorar o acolhimento, sem dúvida, e também é compreensivo o medo que algumas pessoas e comunidades sentem face às atrocidades cometidas nos países de origem com que são confrontadas diariamente na comunicação social.
O receio dessas comunidades não pode impedir o direito de asilo mas também não é aceitável a posição dos que com base em problemas no acolhimento, certamente graves mas pontuais, passam o tempo a denegrir a Europa, como aliás, é habitual, na sua atitude de autoflagelação.
O problema dos refugiados é muito mais grave (a invisibilidade dos refugiados) do que aquele também grave que se vive na Europa. É também um fenómeno persistente ao longo da história da humanidade, como o êxodo em 1978-79 dos boat people vietnamitas. É por isso necessário encontrar soluções nos países de origem sendo certo que a resposta aos problemas dos refugiados estará sempre nos regimes democráticos e nas atitudes das comunidades e das pessoas que vivem nesses regimes. É mais do que tempo de nos deixarmos de ismos e darmos um chance à paz (John Lennon).
O problema dos refugiados é muito mais grave (a invisibilidade dos refugiados) do que aquele também grave que se vive na Europa. É também um fenómeno persistente ao longo da história da humanidade, como o êxodo em 1978-79 dos boat people vietnamitas. É por isso necessário encontrar soluções nos países de origem sendo certo que a resposta aos problemas dos refugiados estará sempre nos regimes democráticos e nas atitudes das comunidades e das pessoas que vivem nesses regimes. É mais do que tempo de nos deixarmos de ismos e darmos um chance à paz (John Lennon).
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* Comunicado da Frontex: "Mais de 500.000 migrantes foram detectados em fronteiras europeias nos primeiros oito meses deste ano, depois de em Agosto ter sido registado o quinto recorde consecutivo com 156.000 pessoas a atravessarem fronteiras europeias", lê-se num comunicado da Frontex. O texto precisa que em todo o ano de 2014 o número de refugiados registado foi de 280.000."** Seg. notícia de 15-9-2015: " Potências ocidentais recusaram acordo com Rússia para afastar Assad em 2012" - EUA, Reino Unido e França estavam tão convencidos de que o presidente da Síria estaria prestes a cair que ignoraram proposta feita por embaixador russo."...
A Rússia tem sido um dos principais apoios de Bashar al-Assad ao longo dos quatro anos e meio de guerra e sobretudo quando a contestação ao seu regime era imensa, até a nível internacional, e a sua queda parecia iminente. Moscovo terá enviado recentemente aviões de combate e tropas para áreas sob controlo de Damasco, um envolvimento que os EUA consideraram uma porta aberta para a escalada do conflito. O interesse russo na zona prende-se sobretudo com o facto de no porto de Tartus, na Síria, ficar a sua única base naval com acesso ao Mar Mediterrâneo.
*** Convenção de Genebra de 1951, Lei n.º 70/93, de 29 de Setembro, Convenção de Dublin.
*** Convenção de Genebra de 1951, Lei n.º 70/93, de 29 de Setembro, Convenção de Dublin.
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