1. Há uma comunicação social livre que mostra a realidade da vida das pessoas, por vezes contraditória com o poder e, por isso, sujeita a todas as formas de violência incluindo a morte.
"O Comitê de Proteção aos Jornalistas "afirma que, desde 1992, mais de mil jornalistas foram mortos, a maioria dos quais estava cobrindo política, guerra ou corrupção."
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Como consequência do seu trabalho, "os jornalistas expõem a corrupção, mudam as leis, reformam as práticas empresariais e melhoram vidas."
Em 2014, "66 profissionais foram assassinados e outros 178 foram presos, segundo um balanço anual publicado esta terça-feira pela organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF)."
Estes jornalistas que todos os dias informam, em condições muitas vezes difíceis, são merecedores de admiração, verdadeiros profissionais que dão credibilidade e prestígio à sua profissão.
A sociedade necessita do seu serviço e deve reconhecer e agradecer o seu trabalho e esforço para podermos ter comunicação social livre e vivermos em regimes democráticos.
2. No entanto, também há promiscuidade entre jornalistas que comentam, interpretam e brincam com a informação e comentadores que informam, desinformam e puxam a "brasa à sua sardinha".
As notícias são tratadas como peças humorísticas e para o receptor, não se sabe onde termina a informação e começa a interpretação ou o achincalhamento dos factos e das pessoas. No entanto,
“1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.” Código Deontológico do Jornalista
3. Há dependências, compromissos, favores, desfavores, pressões, ameaças através de sms, grosseiras ou subtis, políticas, empresariais, que mostram a dificuldade em que trabalham alguns profissionais, e que acabam por favorecer o jornalismo-voz-do-dono.
4. Por isso, não sei se são injustas as opiniões sobre jornalismo. Como esta:
Ou esta: "Como aves de arribação, os jornalistas desembarcam todos no mesmo lugar da crise aguda, e desembarcam assim que se torna crónica, gerando o desinteresse colectivo. A isto chama-se, no jargão, comportamento de matilha, responsável pela repetição ad nauseam das mesmas histórias, escritas e reescritas ao espírito do tempo. Nunca chegamos a ver a continuação do filme, e muito menos o fim." (Clara F. Alves, A Revista do Expresso, nº 2230, 25-7-2015 , "Pluma caprichosa - silly season").
5. As imbecilidades de "matar o mensageiro", como por ex., se passa nos regimes ditatoriais, onde o longo braço do poder dos ditadores silencia jornalistas em qualquer parte do mundo, mas também as outras técnicas mais soft, como a denominada comunicação social de referência, a uniformização da agenda informativa, o auto ou hetero silenciamento, como sabemos, também não são inócuas ou irrelevantes.
6. Como noutra profissão qualquer há heróís e vilões. Heróis são também os que não querendo ser uma coisa ou outra, desempenham com profissionalismo e competência o seu trabalho, confrontam as dificuldades e pressões dentro ou fora das redacções.
7. Não quero generalizar. Há comportamentos jornalísticos estranhos. Prefiro ficar com a imagem dos que são heróis.
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