Estas desenfreadas e esfarrapadas justificações das medidas políticas que vão desde "perder a vergonha" para sacar a quem "acumula", à justificação de que "quem não deve não teme" para espiolhar a vida dos outros que significa, em resumo, que tudo é justificável e que os fins justificam os meios, colide com a tentativa de libertação de uma doutrinação que vem das universidades, desde 1974, e que ainda mantém o mesmo discurso que tantas vezes ouvi na cantina velha aos representantes da dita esquerda que era quem estava "autorizada" a discursar.
Ortega y Gasset no capítulo sobre o pior perigo: a estatização de toda a vida das pessoas.
"Este é o maior perigo que hoje ameaça a civilização: a estatização da vida, o intervencionismo do Estado, a absorção de toda espontaneidade social pelo Estado; quer dizer, a anulação da espontaneidade histórica, que em definitivo sustenta, nutre e impele os destinos humanos. Quando a massa sente uma desventura, ou simplesmente algum forte apetite, é uma grande tentação para ela essa permanente e segura possibilidade de conseguir tudo — sem esforço, luta, dúvida nem risco — apenas ao premir a mola e fazer funcionar a portentosa máquina. A massa diz a si mesma: "o Estado sou eu", o que é um perfeito erro."
Nada de novo, portanto desde 1937. Há um e-book aqui.
"Este é o maior perigo que hoje ameaça a civilização: a estatização da vida, o intervencionismo do Estado, a absorção de toda espontaneidade social pelo Estado; quer dizer, a anulação da espontaneidade histórica, que em definitivo sustenta, nutre e impele os destinos humanos. Quando a massa sente uma desventura, ou simplesmente algum forte apetite, é uma grande tentação para ela essa permanente e segura possibilidade de conseguir tudo — sem esforço, luta, dúvida nem risco — apenas ao premir a mola e fazer funcionar a portentosa máquina. A massa diz a si mesma: "o Estado sou eu", o que é um perfeito erro."
Nada de novo, portanto desde 1937. Há um e-book aqui.
F. J. Viegas escreveu De Marx, esse saco de gatos – até porque quem não deve não teme.
" A paixão doentia pelo Estado é um caso patológico da
politologia portuguesa, para quem os direitos civis são um óbice, um
obstáculo e – crescentemente – uma ninharia que põe em causa os
interesses absolutos e intocáveis do Estado. Uma sociedade civil fraca,
sem opinião, invejosa, ressentida, pateta, rendida ao argumento de «quem
não deve não teme», aceita tudo – o poder discricionário do Estado, a
inversão do ónus da prova, a violação da privacidade, sucessivos e
injustificados agravamentos fiscais, a má gestão da coisa pública, o
assalto aos rendimentos em nome dos interesses de um Estado mal gerido e
gastador, investimentos mal estudados e mal realizados, tudo. E vota em
conformidade, vota por simpatia, porque é mais fácil, porque é mais
facilmente convencida e ludibriada – e porque quer ser convencida e
ludibriada. Para esta sociedade civil delapidada e privada de si mesma,
ressentida e silenciosa, é normal que os constitucionalistas forneçam
pareceres à medida do Estado. Nada a prende à Constituição, que é uma
espécie de disco voador."
J. Rentes de Carvalho traz-nos uma página de Eça de Queiroz que vai no mesmo sentido.
J. Rentes de Carvalho traz-nos uma página de Eça de Queiroz que vai no mesmo sentido.
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