24/10/16

"A definição de um político"

Adolfo Suárez (25/9/1932 -23/3/2014) - Ávila

Foi artífice e motor da transição, mudou a História de Espanha...  venceu duas eleições, 1977 e 1979... Foi o primeiro chefe de Governo eleito democraticamente em Espanha.
... A transição vacilava quando o rei o escolheu para chefiar o Governo. Os sectores mais conservadores do regime não perdoaram a escolha de um político tão jovem, de apenas 43 anos, e com tão pouca experiência – suficiente, ainda assim, para a oposição desconfiar dele. Suárez já tinha sido governador civil, procurador nas Cortes por Ávila (onde nasceu), director da televisão pública e ministro secretário-geral do Movimento, o partido único; não poderia ser a liderar a transformação democrática do país. Não podia, mas foi...
Fez tudo isto sem rupturas, num processo para o qual não havia modelos, confiando na sua intuição e insistindo num discurso do entendimento. (Público)

H. S. Cabral, no capítulo "A definição de um político" (E nada o vento levou, 2014),  refere uma entrevista a Adolfo Suárez, em 1989, em que disse "que um político não pode ser homem frio. A sua primeira obrigação é a de se não converter em autómato. Terá sempre de se lembrar que cada uma das suas decisões afecta seres humanos. A uns beneficia e a outros prejudica. Por isso tem a obrigação de recordar sempre os prejudicados". (pag 207)

Em termos estruturais, esta será uma legislatura perdida e, mais tarde ou mais cedo, ps, psd e cds terão que se entender no essencial da educação, saúde, justiça...
Populismo é uma coisa, "recordar sempre os prejudicados" outra bem diferente.

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