Vivemos num tempo em que a incerteza domina as nossas vidas. Assistimos a comportamentos individuais pouco razoáveis no mundo dos negócios, da politica, da família. Com surpresa, ou talvez não, estamos a viver num mundo que pensávamos que não voltava a actos tão destruidores não só dos direitos humanos mas do próprio homem.
O mundo mudou em 11 de Setembro de 2001, isto é, também as mentalidades vão ter que mudar.
A humanidade está a passar por extremas dificuldades, os quatro cavaleiros do Apocalipse estão entre nós: guerras, fome, morte e também epidemias assustadoras como a do ébola.
O nosso cérebro está a adaptar-se ao mundo da tecnologia para ter capacidade de abranger os acontecimentos de um mundo globalizado que convive connosco todos os dias.
Já estivemos nestes lugares, enquanto filhos da evolução, e os comportamentos regressam mais virulentos e mais perturbadores do que no passado. Não apenas em termos de comportamentos colectivos mas também individuais. A violência sobre as crianças, sobre os mais vulneráveis, sobre os animais, passam na redes sociais com imensa frequência.
O terrorismo sabe também que o assassinato de um jornalista teria um impacto limitado nas pessoas se não o tornasse pânico, uma comunicação de terror.
Em primeiro lugar, a lavagem cerebral feita pelo medo do condenado inocente que vai servir de mensageiro global, culpando outros, os estados, do seu cruel assassinato.
É também um acto de propaganda que tem como efeito principal a mobilização de jovens, que dadas as circunstâncias etárias, sociais e culturais, mais facilmente são induzidos a dedicarem-se a causas mortíferas como o terrorismo.
Mas não podemos dizer que são os genes ou a cultura que fazem as diferenças. Se assim fosse, onde ficava a responsabilidade ?
O nosso cérebro “pode prever o castigo e inibir o comportamento“ (Steven Pinker, referido por Punset *) o que torna as pessoas responsáveis pelos seus actos.
É necessário responsabilizar os líderes dos países pelas vidas que se perdem ou pela ruína dos seus próprios países.
É também necessário entender que vivemos numa sociedade de hiperconsumo (Lipovetsky), numa sociedade de excesso de consumo de bens materiais e consumos emocionais, de crescimento dos delitos e crimes violentos; consumo como função identitária; marketing sensorial…
É a sociedade da vulnerabilidade (Brené Brown) que não significa fraqueza mas coragem. Viver é experimentar incertezas, riscos e expor-se emocionalmente.
Perante esta situação, é necessário que os mais vulneráveis possam ter outras condições sócio-económicas para tornar a sua vida positiva. Mas a psicologia positiva faz parte, igualmente, dessa transformação.
Uma das virtudes referidas pela psicologia positiva (Seligman) é a coragem, uma das virtudes universais.
A coragem envolve o exercício da vontade para atingir metas, face às contrariedades internas ou externas e que tem como forças:
- Autenticidade - Falar a verdade e apresentar-se de uma forma genuína.
- Ousadia - Não evitar desafios, dificuldades ou sofrimentos.
- Persistência - Terminar o que começou.
- Entusiasmo - Enfrentar a vida com entusiasmo e energia.
Pode uma pessoa ser rica, um país ter petróleo, outras matérias primas e bens de consumo em abundância que de nada lhe servira se não tiver coragem para enfrentar os problemas por mais simples que sejam.
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* El alma esta en el cerebro, pag.126.
* El alma esta en el cerebro, pag.126.
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