Por mais que a gente não queira, não deixa de ser deprimente assistir a este espectáculo da gestão do somatório dos votos dos cidadãos. A política merece toda a atenção mas deixa de fazer sentido darmos demasiada importância a alguns políticos, que nos governam ou querem governar, e também se governam, embora alguns mais videirinhos do que outros.
No entanto, há uma realidade para além dos "corredores" do poder, que nos entra por casa dentro, pela comunicação social…
Alguns factos, dos últimos dias, que me chamaram a atenção:
- Os acidentes de viação que continuam destroçar famílias inteiras, a trazer grande sofrimento às pessoas. E o que incomoda mais é que alguns destes problemas devem-se simplesmente aos nossos comportamentos desajustados: continuamos a conduzir e a falar ao telemóvel, continuamos a beber e a conduzir e continuamos a andar com excesso de velocidade...
- os amores e desamores dos famosos, colunáveis, efémeros, oscilam entre a grandeza moral e a exposição da miséria moral na praça pública,
- as praxes nas universidades continuam como sinal atávico do autoritarismo,
- a violência juvenil aumenta,
- as depressões aumentam, as depressões provocadas pelas redes sociais também estão a aumentar,
- os jovens estão a consumir mais tabaco. As campanhas anti-tabaco não deram resultado. As raparigas consomem mais do que os rapazes,
- Continua a violência doméstica, os maus tratos infantis...
Estes comportamentos não são de esquerda nem de direita e, portanto, ultrapassam esses jogos das somas aritméticas para constituir governo, isto é, dependem de cada um de nós. O que nos impede de mudarmos estes comportamentos?
Por que é que têm falhado todos estes projectos, principalmente aqueles onde se tem investido mais económica, legal e socialmente ? Provavelmente porque estes programas não são transformadores da nossa vida.
As crianças são levadas a compreender que o tabaco faz mal à saúde, que podem morrer mais cedo, que prejudica os outros… sim e depois ? Se os projectos e programas preventivos não funcionam é porque eles não levam à transformação da sua vida. A transformação passa por termos uma perspectiva positiva da nossa vida.
Nos países desenvolvidos vive-se melhor do que há cinquenta anos e podíamos dar vários exemplos a nível da habitação, educação, saúde… O progresso na esfera material é indiscutível mas também na cultura, na música, nos direitos cívicos... Mas não é apenas isso que faz o bem-estar como indicam as noticias dos jornais de que falámos no início. Com toda esta prosperidade material não estamos mais felizes. Pelo contrário.
Com a serenidade de quem levou uma vida activa a querer transformar-se e tentou transformar algumas crianças e jovens, desejaria que as circunstâncias sociais e politicas fossem objectivadas no sentido da politica e economia do bem-estar, que não é de esquerda nem de direita .
Este podia ser o tempo da positividade e não da criação de clivagens ainda mais profundas entre "fraquezas" partidárias.
Este podia ser o tempo de dizer sim:
... A mais emoção positiva.
... A mais envolvimento.
... A melhores relações.
... A mais significado na vida.
... A mais realização pessoal positiva.(Seligman)
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