08/10/12

Negação e cooperação


Escrevi em 7-3-2012, que há reconhecimento de que é necessário tomar medidas que reduzam o défice e a dívida mas na prática o bordão é o da negação: não toquem em nada.
Como pode um país ter um desenvolvimento sustentado quando as oposições (não me refiro apenas às actuais) vivem da negação permanente de todas as medidas necessárias à gestão governativa ?
A cooperação é uma componente da inteligência emocional e está arredada da política. Pelos vistos a inteligência emocional é apenas para os indivíduos e para as empresas mas nada de a meter na cidadania.
Continua assim, como se pode ler aqui:
Ao longo do último ano os portugueses declararam-se nas mais diversas manifestações públicas contra o aumento das taxas moderadoras na saúde, contra a privatização da RTP, contra o corte de salários dos funcionários públicos, contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa e outros serviços hospitalares, contra o encerramento de escolas, contra o aumento do número de alunos por turma, contra o despedimento de professores contratados, contra cortes no subsídio de desemprego, contra cortes no rendimento mínimo, contra cortes no investimento público, contra a falta de apoios às empresas, contra o encerramento de Fundações na área da cultura e contra a austeridade porque causa efeito recessivo. Em suma, os portugueses não estão dispostos a abdicar do seu Estado Social. E também não estão dispostos a pagar os impostos necessários para sustentar o Estado Social. Há em Portugal um largo consenso contra aumentos de impostos. O Estado Social é bom enquanto for pago por défices, quando é preciso pagá-lo com impostos já não pode ser.
Sendo um consenso nacional que é necessário reduzir na despesa qual é a despesa em que consensualmente se pode reduzir? Até agora nem uma.
Negação e cooperação são ambas manifestações de cidadania.

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