Hoje, dia 10 de Outubro, assinalou-se o “Dia Mundial da Saúde Mental”. Podemos dizer que a Saúde Mental “é sentirmo-nos bem connosco próprios e na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades. É termos confiança e não temermos o futuro.”
É importante distinguir doença mental e deficiência mental (Cobb e Mittler):
A doença mental abrange várias perturbações que afectam o funcionamento e comportamento emocional, social e intelectual. Ou seja, a pessoa apresenta reacções emocionais inapropriadas dentro de vários padrões e graus de gravidade, por distorções (e não por défice) da compreensão e da comunicação e por um comportamento social erradamente dirigido e não por incapacidade de adaptação.Há várias classificações da doença mental:
Estados psicóticos (esquizofrenia e doenças maníaco depressivas), as perturbações de origem orgânica (demências e perturbações degenerativas do cérebro), e as perturbações psiconeuróticas (estados de ansiedade e perturbações obsessivas) e perturbações do comportamento e personalidade.Mas doença mental não quer dizer deficiência mental.
A deficiência mental envolve um problema de desenvolvimento e um problema sócio-cultural: "Funcionamento intelectual significativamente abaixo da média e que seja notório desde tenra idade” e “ Incapacidade significativa para se adaptar às exigências culturais da sociedade.”
Hoje para um indivíduo ser classificado como deficiente mental deverá provar-se que tanto o seu funcionamento intelectual como o seu comportamento adaptativo estão afectados, avaliados por critérios objectivos de medição.Todos podemos, em determinada altura da nossa vida, sofrer um problema de doença mental, de maior ou menor gravidade.
Esses momentos podem ser mais acentuados em algumas fases da vida: a entrada na escola, a adolescência, o envelhecimento, ou alterações na vida familiar: perda de familiar próximo e significativo, o divórcio, ou alterações na situação laboral: desemprego, reforma, ou acontecimentos escolares: insucesso, bullying...
A depressão na infância e adolescência tem vindo a ganhar relevo na investigação e na atenção que é necessário haver na escola.
Muitos problemas de aprendizagem e de comportamento surgem num fundo de tristeza a que as crianças têm dificuldade em fugir ( como referia João dos Santos)
É por isso necessário ter atenção aos sintomas (CDS - Questionário de depressão para crianças):
Respostas afectivas: sentimentos de tristeza e choro.Estas crianças necessitam de ajuda e não de incompreensão e preconceitos: do tipo, é tudo imaginação, são manias, são preguiçosas, a culpa é dos pais que não o educam.
Autoconceito negativo: sentimento de inadequação, fraca autoestima, inutilidade, desamparo, desesperança e falta de carinho.
Diminuição da produtividade mental e dos impulsos: aborrecimento, isolamento, falta de energia, descontentamento, pouca capacidade para o prazer e para aceitar ajuda ou conforto, assim como atraso motor.
Preocupações: com a morte a doença, o eu ou os outros, assim como pensamentos suicidas e sentimentos de perda (real ou imaginária).
Problemas de agressão: irritabilidade e explosões de mau humor.
Estes preconceitos, fazem com que muitas crianças e pais tenham vergonha e medo de procurar apoio ou tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença.
O apoio psicológico e psiquiátrico deverá ser sempre procurado. A par do acompanhamento que pode ser dispensado na escola.
A escola, felizmente, também está mais atenta à integração e apoio das crianças com este tipo de perturbações.
Foi só em 1792 que Philippe Pinel, em Paris, tirou as correntes destes pacientes presos nas instituições psiquiátricas. Mas hoje, continua ainda a ser necessário ultrapassar alguns preconceitos.
Sem comentários:
Enviar um comentário