Em 2008, numa altura em que já se adivinhava a crise, "aparecem" os prémios pecuniários para os alunos do secundário.
Nuno Crato acabou com isso. E fez bem. Depois passaram essa tarefa para as escolas. Enfim...
Escrevi na altura sobre a controvérsia inútil e sem grande sustentação por parte dos "indignados".
Mesmo os chamados "quadros de valor e mérito" serão tanto mais eficazes quanto mais se aproximarem da motivação intrínseca.
Bruner vai mais longe. No cap. 6 - "A vontade de aprender" do livro referido, fala-nos da motivação intrínseca: "A vontade de aprender é um motivo intrínseco que tem origem e recompensa no seu próprio exercício".
Conclui:
"Nesta altura, já se deve ter notado uma considerável desênfase nas recompensas e punições «extrínsecas» como factores da aprendizagem escolar. Tem havido, ao longo destas páginas, uma negligência um tanto intencional da chamada Lei do Efeito, segundo a qual é mais provável que uma reacção seja repetida se tiver sido seguida de um «estado de coisas satisfatório». Eu não descuido a noção de reforço. Apenas é duvidoso que os «estados de coisas satisfatórios» possam encontrar-se com fiabilidade fora da própria aprendizagem - nas palavras amáveis ou duras do professor, nas notas ou medalhas, na absurdamente abstracta garantia que se dá ao estudante do secundário de que os vencimentos de toda a sua vida serão 80% superiores se terminar os estudos. O reforço exterior pode de facto pôr um acto em andamento e pode até levar à sua repetição, mas não alimenta, de modo fiável, o longo curso da aprendizagem, através do qual o homem lentamente constrói, à sua maneira, um modelo útil do que é e pode ser o mundo."(Bruner, J S.(1999). Para uma teoria da educação, Lisboa: Relógio d' Água)
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