22/09/12

Escravos do crescimento



O que ninguém quer ouvir. O que ninguém fala.
Nesta situação que se vive, falar de crescimento sem se dizer o que se entende por isso, é não ter ideia de "como vamos sobreviver".
Apenas uns poucos vêm dizendo que assim não é o caminho para uma sociedade duradoura.
O livro é de 1972, editado, imagine-se, pela Seara Nova, em 1977.

 "A nossa tarefa é criar uma sociedade duradoura e que conceda aos seus membros a maior satisfação possível. Uma sociedade desse tipo, por definição, deve fundamentar-se em estabilidade, não em expansão.
Isto não significa estagnação - implica até uma maior variedade do que a que é permitida pela situação de uniformidade que actualmente se impõe na prossecução do objectivo de eficiência tecnológica. Cremos que uma sociedade estável, cuja concretização iremos discutir, bem como a remoção da espada de Dâmocles que pende sobre as cabeças das futuras gerações, têm muito mais probabilidades de trazer a paz e a realização pessoal que até aqui, têm sido, lamentavelmente, consideradas utópicas .
...
Uma sociedade estável - que, a todos os planos e para todos os fins se possa manter indefinidamente, proporcionando aos seus membros a máxima satisfação - deve reunir quatro condições primordiais:
1 - o mínimo prejuízo dos processos ecológicos ;
2 - a máxima conservação de recursos e energia - baseando-se essencialmente numa economia de  conservação - (Stock) - e não de desperdícios ;
3 - uma população em que os novos elementos sejam em igual número aos desaparecidos (óbitos equivalentes aos nascimentos) ;
4 - um sistema social que permita ao indivíduo o desfrute das três primeiras condições, em vez de ser escravo das mesmas."

Sem comentários:

Enviar um comentário