Alain Rondeau (1990) *
Era natural que, mais tarde ou mais cedo, estalasse o conflito. Faz parte das instituições, faz parte das famílias, faz parte do eu.
Está nos manuais que é assim mas ele é sempre inesperado e pode tomar proporções inimaginadas.
O conflito tem que ser visto na perspectiva da interacção contínua e, necessariamente, as partes têm que viver juntas, numa relação de médio ou longo termo.
Provavelmente, nesta perspectiva temporal, a colaboração tende a ser mais forte do que a ruptura que leva a perder de vista os objectivos principais.
Claro que está tudo para atrapalhar: os analistas, os distanciados, os filiados, os vingativos, os traidores, os amigos, os inimigos, os que se riem, os que estão à coca, os ascensoristas, os manifestantes, os que ficam a ver, os que escondem a mão, os que empurram, os cínicos, os amigos de ocasião, os maquiavélicos...
E, assim, não é facil ter a coragem de fazer a desescalada para um novo equilíbrio entre as partes.
Por isso, espero todo o sucesso do mediador.
Necessariamente, terá que haver um compromisso entre as partes para que se possa crescer na governação que o país precisa e quer. Foi para isso que foram eleitos.
* "La gestion des conflits dans les organizations", in Chanlat, J-F, L'individu dans l'organisation , les dimensions oubliées.
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