Ensinaram-nos
que a nossa vida depende do nosso passado. Na escola e na universidade os estudos
que fizemos passavam por compreender alguns autores que fundamentavam a nossa
vida com o nosso passado.
De tal
modo que essa passou a ser a crença de muita gente levando a que continuemos a
viver como se tudo dependesse do nosso passado.
Por
isso quase não questionamos essas grandes teorias defendidas por três grandes autores
que sem dúvida marcaram o último século: Darwin, Marx e Freud.
Para
Darwin somos o resultado de uma evolução de milhões de anos em que o que somos
é uma colecção de características adaptativas que foram sobressaindo ao longo do
tempo como resultado da adaptação às
condições ambientais.
Para
Marx haveria a luta de classes da qual havia de resultar a vitória do
comunismo sobre o capitalismo e uma sociedade sem classes.
E
para Freud haveria também um determinismo uma vez que a nossa vida adulta
dependeria do nossa infância.
Em
termos genéticos, evolutivos ou sociais, estaríamos dependentes do nosso
passado.
Sem
dúvida há muito de verdade nestas premissas e os contextos do nosso passado
influenciam a nossa personalidade no presente e no futuro. Mas o que é determinante ?
Aquilo
que está a acontecer à nossa sociedade é porque as nossas instituições não só sofrem a influência do passado mas vivem no
passado. São instituições dos século XIX e da primeira metade do século XX.
O
sindicalismo tem desenvolvido acções,
greves por tudo e por nada, lutas em
relação a todas as matérias: politicas, sociais, económicas, de gestão, de
legislação, etc… mas não se liberta desta visão determinista.
O
sindicalismo não quer apenas defender os direitos e interesses dos
trabalhadores na relação empregador-empregado
mas faz parte da luta política: derrubar o
governo que está, actual ou outro qualquer, lutar contra as políticas
principalmente as que eles consideram de direita, mesmo quando estão
partidos socialistas no poder.
A
política de direita deve ser eliminada porque é responsável por tudo o que de
mal acontece à sociedade e a luta deve continuar – a luta contínua ou a luta
continua - até um dia termos uma
sociedade sem classes. Nessa altura, chegamos ao absurdo de, nessa sociedade,
não haver sindicatos ou ficarem com um papel coadjuvante do capitalismo de estado. Isto é, os sindicatos
lutam pela sua própria extinção.
Não
lhes interessa propor medidas positivas para resolver os problemas das
organizações e das empresas. E muitas vezes algumas soluções vêm mais do
colectivo de trabalhadores do que propriamente dos sindicatos que vivem, de
facto, do e no passado.
Viver
no passado é pensar que é bom deixar extravasar as emoções sob pena de elas ficarem reprimidas e
serem prejudiciais para a saúde.
A
raiva deve sair para a rua. A greve geral é prioritária. Contra a violência das
medidas do governo, o que lhes ocorre é a greve geral.
Mas
estão a ser ultrapassados pelos "indignados", "sentados" ou "ocupas", alguns mais agressivos, espatifando equipamentos públicos ou
propriedade privada. Manifestam, assim, comportamentos de raiva pensando
que haverá algum benefício, no futuro, para a sociedade ou para a sua qualidade de vida.
É
exactamente o inverso.
As
pessoas que manifestam mais raiva e se exprimem com mais agressividade são as
pessoas que vão ter mais problemas de
saúde, como problemas cardíacos.
É
por isso que são tão necessárias as emoções positivas neste momento. Se não
voltadas para o passado como a satisfação, contentamento, orgulho e
serenidade, que sejam as voltadas para o futuro: optimismo, esperança,
confiança e fé e as voltadas para o presente: as gratificações do dia a dia.
Inspirado em Seligman, M.(2007), Felicidade Autêntica - os princípios da psicologia positiva, pag.91-97
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