Vejo
com alguma frequência alunos que mostram desinteresse pela escola. O
leque do desinteresse e da desmotivação é grande: vai da pouca vontade de
estudar, fazer os tpc, até à recusa da escola e ao seu abandono.
Ouvimos
muitas vezes aos pais: não sei como hei-de fazer para que se interesse pela
escola, segue a lei do menor esforço, é preciso dizer-lhe mil vezes para
estudar, nunca faz o que lhe mando fazer...
Para
os psicólogos, professores e pais há
dificuldade em compreender porque é que uma criança recusa a escola. Não
compreendemos porque é que uma criança aparentemente tem todas as condições
materiais para viver sem problemas que, afinal, não gosta de nada, não quer fazer
nada.
Reconhecendo
que são problemas complexos e de difícil solução, podemos tentar compreender o
que se passa com a desmotivação destas crianças.
A recusa escolar pode dever-se a fragilidade psicológica
da criança relacionadas com agressões como o bullying, experiências
de ridículo, críticas, ameaças, lesão
física ou lutas com outras
crianças ou com professores ou adultos demasiado
opressivos e punitivos que possam afectar a vida escolar
da criança.
São
factores externos que podem explicar a situação de recusa. Assim como as mudança de escola,
estar com muitas crianças numa escola
muito grande; o medo dos testes e exames e medo do insucesso escolar
Acontece que, geralmente, há factores que predispõem para a recusa escolar que
partem da própria família:
- existência de ansiedade ou de depressão nos pais,
- superprotecção
e dependência em relação aos pais,
- angústia de separação na
criança, relação muito estreita da mãe com a criança e relação distante com o
marido,
- medo da separação dos pais,
- ciúmes exagerados de um irmão,
- ciúmes exagerados de um irmão,
- expectativas dos pais face às expectativas da criança: há pais com expectativas pouco realistas sobre o rendimento escolar da
criança, com exigências de cumprimento de objectivos difíceis de alcançar,
- pais que
valorizam pouco a educação escolar ou
que têm atitudes negativas para com a
escola.
Alguns pais reforçam a conduta de
recusa de ir à escola devido, por exemplo, ao seu estilo educativo
superprotector ou obtêm algum benefício de que as crianças fiquem com eles
(como no caso de algumas mães com fobia social).
Além disso, reforçam positivamente os
filhos quando ficam em casa porque têm mais atenção, mimos, ver TV, realizar jogos no computador, levantar-se tarde.
Pode também
acontecer que a criança se sinta
reforçada quando anda na rua com colegas, geralmente mais velhos e também desinteressados da escola.
Os
factores são imensos e temos dificuldade em determinar quais deles são
essenciais para desencadear a recusa escolar.
E
continuamos a fazer a pergunta: Porque é que estas crianças não evoluem no seu
comportamento para a motivação de sucesso e para a competência ?
A
motivação para a competência é um impulso básico de todos os seres humanos que leva a poder desenvolver um controlo sobre
o meio em que vivem.
Algumas
crianças parece que não querem o caminho que segue a maioria para atingir o sucesso. E a sorte ou o destino não
explicam tudo. Não
será preferível mudar alguns comportamentos familiares ?
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