Enquanto Hitler invadia a Rússia, a Alemanha continuava a receber carregamentos de minerais vindos da Rússia porque Estaline apesar de ter sido informado do plano de Hitler não acreditou nessa informação. Esses carregamentos de minerais destinavam-se a fabricar as armas que seriam enviadas para a Rússia que iam servir para matar o seu próprio povo.
Mutatis mutandis, tivemos a oportunidade de perceber o que se passava com o governo de Guterres quando falou no "pântano". Mas ninguém acreditou.
Houve um 1° ministro, Durão Barroso, que disse que o país estava "de tanga", e um senhor presidente que o contradisse porque havia "mais vida para além do défice". Não acreditou.
M. Ferreira Leite, avisou e continua ainda a avisar como a voz que clama no deserto. Mas ninguém acreditou. ..
O orçamento de Bagão Félix não dava magalhães nem SCUTS. Mas ninguém acreditou.
A Assembleia foi dissolvida por trapalhadas que ninguém soube, ou sabe hoje, verdadeiramente, quais eram, e que comparadas com as trapalhadas actuais ficam nos primórdios da trapalhice.
Assistimos à maior falta de solidariedade política em relação a Santana Lopes e ao seu governo, não só dos adversários políticos, que desses nada seria de esperar, contrariamente aquilo que se passa com Passos Coelho em relação a Sócrates, mas dos correligionários e próximos do seu partido.
Nada disto era importante se não tivéssemos chegado a este ponto.
O golpe funcionou: Por duas vezes se votou na voz embaladora e mentirosa da sereia da ostentação.
Continuam a querer vender-nos um estado social que simplesmente não existe e as sondagens estão aí para mostrar que, estando o país empobrecido, havemos de viajar para Madrid de TGV.
Os magalhães estão, provavelmente, quase todos inutilizados mas foi bonito ver os estudantes de computador na pasta que para pouco mais serviram, com raras excepções...
Mesmo quando se fornecem refeições gratuitas aos alunos, se abrem as cantinas nos fins de semana e durante as férias para as crianças não passarem fome.
Este atavismo não é actual. Sempre gostámos de ostentação.
No dia seguinte à greve geral cabe perguntar: E agora?
Para que vai servir o meu voto, a única arma consequente, nas próximas eleições? Para quem fala verdade, mesmo que seja difícil escutá-la, ou para os que prometem tudo a todos sem esperarem nunca cumprir as promessas feitas? Com toda a informação que temos, continuamos a acreditar apenas no que queremos.
Para além do protesto que fica da greve geral é necessário fazer alguma coisa: votar contra as falsas promessas e contra a mentira.
A única arma de que um cidadão, como eu, dispõe, realmente, e pode causar efeitos concretos é uma arma democrática: um voto.
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