Os pais são confrontados pela primeira vez com as dificuldades que os filhos apresentam na escola. Uma dessas dificuldades diz respeito à dislexia
Ao contrário do que parece, porque com alguma facilidade se fala de dislexia em relação a um aluno que encontra dificuldades de leitura, convém dizer que não há consenso sobre este assunto da dislexia. Nem quanto à sua etiologia nem quanto ao seu tratamento.
É um problema grave que atinge percentagens de 5 a 10% na população escolar.
Alguns consensos no entanto têm sido encontrados. Trata-se de uma questão genética.
Os pais de crianças disléxicas sempre tiveram consciência de que, ao aprender a ler, os filhos passam pelas mesmas dificuldades que eles próprios experimentaram na sua fase escolar.
Há estudos que indicaram o cromossoma 6 e o cromossoma 15 como o foco do problema.
Por outro lado, sabemos que, nos vários estudos realizados há uma grande desproporção entre rapazes e raparigas disléxicas, 70 a 80% dos sujeitos diagnosticados com perturbação da leitura são do sexo masculino, ou seja, uma proporção de 8 a 9 rapazes para uma rapariga.
A dislexia é «uma dificuldade específica de aprendizagem de origem neurobiológica. É caracterizada por dificuldades na correcção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam de um défice fonológico, inesperado, em relação às outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão leitora, experiência de leitura reduzida que pode impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais»(Associação Internacional de Dislexia, 2003).
tendo em conta esta , ou outra, definição, deve ser feita a avaliação da dislexia com base num protocolo rigoroso.
A criança deve apresentar determinadas características e sintomas de que destaco os mais importantes:
- A criança deve ter oito anos ou mais.
- Ter atraso na leitura de dois ou mais anos em relação às crianças da mesma idade.
- Velocidade na leitura ser inferior a 50/60 palavras por minuto.
- Cometer erros frequentes na leitura (omissões, substituições, inversões de fonemas).
- Compreensão do texto muito pobre
- Ter uma inteligência normal (ou superior).
- Não apresentar perturbação sensorial (problemas de audição ou de visão).
Perante um aluno que apresenta uma situação destas, a primeira coisa a fazer é que a família estabeleça relações com a escola de forma transparente, no sentido em que os pais devem fornecer à escola elementos sobre o desenvolvimento dos filhos.
As dificuldades só podem ser compreendidas, tratadas e se, for possível, ultrapassadas se a informação entre escola e família funcionar.
Se no 4º ano de escolaridade identificar é muito tarde para identificar uma dislexia, não devemos entrar em ansiedade quando, no início da escolaridade, encontramos alunos que têm dificuldade em se adaptar à escola e a essa grande tarefa que é aprender a ler.
Sem comentários:
Enviar um comentário