Educar uma criança é e será sempre uma tarefa difícil, embora saibamos hoje muita pedagogia e haja tanta informação sobre a melhor forma de educar crianças e as melhores dicas para se ser bom pai ou boa mãe. Cada criança é sempre um caso único ainda que semelhante a todas as outras crianças.
Os psicólogos estabelecem padrões de desenvolvimento e comportamento onde podemos integrar as crianças, os pais e educadores.
A educação infantil é provavelmente a variável mais importante no desenvolvimento pessoal e social.
Uma das apostas dos governos deve ser neste sector desde que se saiba o que se está a fazer. Ou seja, a educação tem que ser vista na globalidade e não apenas na educação escolar como muitas vezes pensamos quando falamos de educação.
A pessoa educada resulta da interacção dessas variáveis. O mesmo é dizer que a sociedade educada é a resultante da interacção dessas variáveis.
Aumentar ou realocar investimentos para a educação quando os pais estão ou ficam desempregados, quando as condições de vida das pessoas são degradantes, mesmo quando responsáveis por essa situação, provavelmente não será a forma mais racional de desenvolver a educação.
Nem sempre a mais investimento financeiro corresponde maior desenvolvimento do país. Em 2005 Portugal gastava mais dinheiro com a educação (5,4% do PIB) do que a média europeia (5% do PIB). *
Em geral, a educação começa em casa. A parentalidade é sempre única em relação a cada filho porque cada filho é único. Apesar disso podemos definir alguns desses padrões educativos se, como referia Gesell, esses marcos ou padrões de desenvolvimento sejam sempre apenas linhas de orientação para os pais e educadores.
Baumrind, definiu vários estilos parentais baseadas em dois aspectos da paternidade: "a capacidade de resposta dos pais" às necessidades da criança e "a exigência parental", ou seja o que pai espera da criança em termos de um comportamento mais maduro e responsável. *
A partir destas duas dimensões, pode haver três estilos parentais diferentes: pais autoritários ("Too Hard"):, pais permissivos("Too Soft") e pais com autoridade ("Just Right")
- Os Pais Autoritários (autoritarian) têm exigência elevada, com baixa capacidade de resposta. O pai autoritário é rígido, durão e exigente.
Os pais abusivos geralmente estão nesta categoria (embora seja de destacar que nem todos os pais autoritários são abusivos).
Geralmente esta educação leva a crianças que são obedientes e proficientes, mas com menos felicidade, competência social e auto-estima.
. Os Pais Permissivos têm baixa exigência, com alta capacidade de resposta. O pai permissivo é excessivamente sensível às necessidades da criança, raramente impõe regras consistentes. O " filho mimado" muitas vezes tem pais permissivos.
Geralmente, resultam desta educação crianças com baixa felicidade e auto-regulação. Estas crianças são mais propensas a ter problemas com a autoridade e tendem a ter baixa execução na escola.
. Os Pais com autoridade (autoritative) têm alta exigência com grande capacidade de resposta. O pai com autoridade é firme, mas não rígido, disposto a fazer uma excepção quando a situação o justifique. O pai com autoridade é sensível às necessidades da criança, mas não é indulgente. Desta educação tendem a resultar crianças que são felizes, capazes e bem sucedidas.
Parece não ser difícil compreender que muita coisa vai mal com as crianças e os jovens na família, na escola e na sociedade por falta de autoridade dos pais.
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* Maccoby and Martin acrescentaram aos três estilos parentais originais duas categorias distintas: “demanding” e “undemanding” definindo quatro estilos parentais:
** Mónica, M. Filomena, Vale a pena mandar os filhos à escola? , pag 15.
Maccoby and Martin's Four Parenting Styles
Baumrind's Three Parenting Styles |
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Demanding
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Undemanding
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Responsive
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Authoritative/Propagative
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Indulgent
(Permissive) |
Unresponsive
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Authoritarian/Totalitarian
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Neglectful
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** Mónica, M. Filomena, Vale a pena mandar os filhos à escola? , pag 15.
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