06/11/14

Respeito


Respeito é a atitude que consiste em não prejudicar o outro nem fisicamente através da violência, nem moralmente através do juízo (Larousse)
É esta atitude, respeito, que faz falta na nossa sociedade:  respeito por si próprio, pelos outros.
Mas o que falta em respeito sobra em assédio moral.
O assédio pode acontecer em vários aspectos e várias etapas da nossa vida.
No mundo do trabalho, leva ao constrangimento da pessoa, afecta a sua dignidade, criando-lhe um ambiente hostil e humilhante (mobbing).
O assédio pode assumir carácter sexual sob forma verbal, não verbal ou física.
O assédio é mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, isto é, da chefia em relação ao subordinado, em que o fracasso do subordinado é fabricado, um falso fracasso, com o objectivo de o destruir moralmente. Entre nós uma forma frequente deste  assédio é "por o trabalhador na prateleira”
O assédio é frequente na escola, normalmente falamos de bullying.
Hoje, o assédio é particularmente pernicioso nas redes sociais. A internet tornou-se um local preferido para a perseguição (cyberstalking). Tem a vantagem de funcionar no anonimato e na cobardia.
Há vários estudos sobre uso da internet para o assédio. Num deles, (Universidade East Carolina) nos Estados Unidos, perguntaram a 804 estudantes se já tinham usado as tecnologias de informação e comunicação para controlar os seus parceiros. Metade respondeu que sim, ao menos uma vez. 
A pesquisa também mostra que as mulheres são mais propensas ao abuso. Uma em cada quatro das entrevistadas afirmou que violava o e-mail de seus parceiros em comparação  apenas 6% dos homens.
O que leva uma pessoa a assediar alguém, chegando ao ponto de a prejudicar no trabalho, na escola  ou na sua vida ?
Há três tipos de personalidades reprováveis: personalidade maligna, personalidade narcísica e a personalidade paranóica (Piñuel, referido por Varela, P., Ansiosa-mente, pag.135)
Eventualmente pessoas comuns, como o caso de alguns adolescentes, podem manifestar episódios de perseguidores. Há um limite ténue entre a curiosidade sobre uma pessoa e o começo do assédio.
Como, no espaço  público, é difícil saber quando, para comportamentos que vão do piropo apreciativo ou ofensivo  à perseguição (stalking) e agressão física, se atingiu o limite.
Neste caso a vítima é quase exclusivamente feminina.
O piropo é, supostamente, uma expressão ou frase dirigida a alguém, geralmente para demonstrar apreciação física. 
Há quem ache que é uma questão cultural mas também discorde e ache que “não existe lado “positivo” no piropo” (Soledad Cutuli) 
Recentemente uma instituição sem fins lucrativos, a Hollaback realizou a seguinte experiência:
Uma actriz (Shoshana B. Roberts) andou durante dez horas em silêncio pelas ruas de Nova Iorque. Durante essas dez horas ouviu 100 comentários, desde piropos mais ou menos inócuos a outros mal educados, até ser acompanhada durante vários minutos.
A Hollaback refere que há entre 70 e 99% de mulheres que passa por uma experiência de assédio na rua, em determinada fase da sua vida.
O assédio sexual no espaço púbico, mesmo quando assume a forma de piropo, é sempre um comportamento injustificável mas obviamente que há uma grande diferença entre piropo e perseguição (stalking ou cyberstalking).
Aquilo que falta é que haja mais respeito nas relações entre seres humanos, no trabalho ou na rua. A educação pode dar uma ajuda.


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