Muito interessante a intervenção de Manuel Carvalho da Silva, no programa da RTP 3 e da Fundação Manuel dos Santos, "Fronteiras XXI", dedicado ao "emprego no futuro".
Discutia-se se uma coisa chamada "rendimento básico universal" pode ser uma solução perante a evolução do mercado de trabalho.
«... tem um sentido bondoso mas está carregado de contradições e só relevo duas:
1º o papel do trabalho na sociedade. O trabalho é o meio mais seguro de inclusão social e de criação de responsabilização na sociedade. O trabalho não é substituível por subsídios... o trabalho não vai perder centralidade na sociedade.
2º o conceito de pobreza... Eu cito um monge italiano, Luciano Manicardi .... que, num trabalho feito há uns anos, "A caridade dá que fazer", lembra que a pobreza numa sociedade moderna não é apenas a ausência de meios materiais básicos, é o não acesso a um conjunto de direitos, a um conjunto de serviços, que uma sociedade moderna tem obrigação de organizar.
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Temos aí muita pobreza e vamos distribuir ... e aproveitar isso para desarmar o estado social e desarmar a responsabilização que os direitos geram nos indivíduos perante a sociedade... isto não é aceitável»
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O outro aspecto é este: se a robotização traz um aumento exponencial de riqueza que lógica é esta de pegar numas migalhas dessa imensa riqueza e dizer: está aqui um rendimento para todos que garante que vocês não morrem à fome e que vivem aí minimamente e o resto para onde vai ?»
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