Fim do Outono
Desde há algum tempo vejo
como tudo se transforma.
Algo se ergue e age
e mata e faz sofrer.
De cada vez que os vejo
os jardins não são os mesmos;
do amarelo ao dourado,
a lenta queda:
que longo se me tornou o caminho!
Agora ando pelos espaços vazios
e olho entre as alamedas.
Quase até aos mares distantes
consigo ver o pesado
céu grave e hostil.
Rainer Maria Rilke, O livro das imagens, Relógio d'Água
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