16/12/15

Laços familiares


Nesta época do Natal sentimos com mais emoção os laços familiares e a ligação aos outros. Pela presença e pela ausência. 
Provavelmente, este vai ser um Natal não muito diferente dos anteriores porque as mudanças sociais e culturais não se fazem rapidamente.
Porém, começamos a encontrar caminhos mais adequados para fortalecer os laços familiares que nos permitam tomar conta das crianças e dos velhos com dignidade. A compreensão de alguns fenómenos a que chamamos crise da família são, só por si, um bom começo.
Alguns  focos da crise:
1. Perante a crise económica, as justificações para ter ou não ter filhos e para cuidar ou não dos mais velhos,  costumam ser as de que não há condições económicas para isso.
Convém notar que a família estava em crise antes do início da crise económica de 2008. Esta é apenas mais uma crise, certamente relevante para a vida das famílias e  que as afecta de uma maneira ou outra. Mas a crise familiar é principalmente crise de valores como a lealdade e o compromisso. A lealdade no interior da família, as ligações com os filhos e dos filhos com os pais, ou seja, as forças de carácter (lealdade, amor) que permitem que não haja abandonos dos filhos ou dos pais. 
2. É necessário conjugar trabalho e carreira com compromissos familiares. O trabalho é fundamental, seja no emprego ou voluntariado, e tem toda a importância na relação com os outros mas também na autoestima e saúde mental. No entanto, não se pode esquecer a valorização dos compromissos e é necessário repensar as prioridades. 
Os modelos, estatutos e papéis familiares podem ser alterados. Ter uma carreira é tão importante para o homem como para a mulher e, por isso, a flexibilidade laboral poderá ser uma solução fundamental para facilitar a vida das famílias.
Decidir ter ou não ter filhos também tem a ver com a possibilidade de conciliar o trabalho com a educação dos filhos.
O compromisso entre liberdade individual e os laços com a família devem ser equilibrados, caso contrário, se quisermos absoluta liberdade individual, em algum momento da vida, alguém vai ficar abandonado. 
O que ainda acontece, em famílias com mais ou menos recursos é que as mães têm a responsabilidade da educação dos filhos, e, muitas vezes, ficam sós com os filhos.
3. Outro ponto fulcral da crise familiar tem a ver com os mais velhos. Muitos velhos são sujeitos a maus tratos e abandono, nos lares disfuncionais ou nas famílias disfuncionais.
Sabemos que que muitas famílias abandonam os seus familiares mais velhos nos hospitais. Os picos dos abandonos ocorrem nos períodos de férias, quando as famílias fazem férias no país ou no estrangeiro, o que quer dizer que não é apenas um problema económico mas que a prioridade não é cuidar dos velhos.
Perante a crise actual, as ajudas dos Estado são importantes quer através da Segurança Social, da Educação ou da Saúde mas é indispensável que os pais e os filhos e outros familiares assumam as suas responsabilidades  para com os mais frágeis da família, os mais novos e ou os mais velhos.

Boas festas para todos !

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