19/04/13

Memes de paz



Os dias que passam são dias de dúvida e de angústia para muitas pessoas devidas  a dificuldades económicas mas também a problemas de valores e de cultura.
Sabemos o que quer dizer gene que existe no cromossoma e é um conjunto de informações biológicas que constituem as características individuais,  o património que está na base da hereditariedade.
Mas se na biologia temos o gene, na cultura, o meme (R. Dawkins) é uma unidade de informação cultural, é qualquer padrão permanente de matéria ou informação produzido por um acto de intencionalidade humana, 
passa de uma geração para outra através do exemplo e da imitação.
Os memes utilisam o parasitismo mimético e  tende a replicar-se cada vez mais:
Na politica , as velhas guerras replicam-se em novas guerras,
Na televisão os talk shows vão-se degradando até aos actuais reality shows e os comentadores todos os dias espalham o parasitismo ideológico onde se defende tudo e o seu contrário com a mesma certeza num tempo que sabemos de incerteza (N. Taleb).
As audiências, a guerra de audiências não é outra coisa senão a procura do meme que se imponha ao público, o meme fracturante e a competição de ideias  porque a esquerda tem sempre a solução certa para todos os problemas da sociedade.
O meme precisa apenas da nossa mente para se alimentar e replicar imagens de si mesmo na consciência….
A guerra dos memes faz-se entre o que alguns consideram progresso, como as barragens, ou da permanência como o património natural.
Grande parte da nossa energia é gasta a escolher entre estes memes e a reproduzi-los através do activismo politico e cultural ou levando a que cada vez menos as pessoas se interessem pela intervenção política por terem percebido que as diferenças partidárias só existem no papel dos programas… 
Na educação, apesar de termos oportunidade de introduzir conteúdos transversais como a educação para paz, continua a reprodução dos memes favoráveis à guerra.
O terrorismo político luta por objectivos. Um deles é o de levar ao terror todas as pessoas. Pelo contrário, a democracia é a libertação do medo (Churchill).
Quanto ao terrorismo não é possível enveredarmos por um caminho de ambiguidade e de justificação, isto é, dizermos que se trata de pessoas desesperadas, de gente pobre, etc…de alguma forma justificar a violência.
A pobreza não é homicida. A pobreza não é violenta. Os pobres regem-se por princípios éticos universais como todos os seres humanos que querem viver em sociedade.
Os acontecimentos de Boston mostram mais uma vez que não há qualquer fim que justifique o que se passou.
Nada justifica, nem porque "por muito menos mataram o rei D. Carlos", a intervenção política violenta numa sociedade democrática.
Pelo contrário, são memes de violência que se reproduzem a si próprios. 
E todos sabemos que “se a mente não semear milho, plantará espinhos. (Herbert) 

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