14/09/10

Entrada na escola - alunos com deficiência

A entrada na escola é um direito de todas as crianças que atingem a idade necessária para nela ingressarem. No entanto, há crianças que para além do direito à integração, requerem que se tenha em conta as suas características. É o que se passa com as crianças excepcionais: as crianças sobredotadas, as crianças com dificuldades de aprendizagem e as crianças portadoras de deficiências.

Em relação às crianças portadoras de deficiências (auditiva, visual, mental, motora, paralisia cerebral, etc.) é importante o despiste precoce e uma intervenção igualmente precoce se for caso disso.
Na idade de jardim de infância (3-5 anos), a melhor solução é a integração no jardim de infância da sua zona de residência. Quando chega à idade escolar a integração na escola regular é a melhor resposta educativa, tendo em conta as características da criança e o seu perfil de funcionalidade.

No entanto, dado que a criança pode manifestar atraso de desenvolvimento global, poderá ser aconselhável a permanência durante mais um ano no jardim de infância. Para isso é necessário organizar o processo de adiamento e a aceitação por parte do jardim de infância da permanência da criança. Poderá acontecer que a criança não possa permanecer mais tempo no jardim de infância, dada a sua idade cronológica. Então coloca-se aos pais o complexo problema da opção por uma escola de referência, isto é, uma escola especializada para atendimento de crianças portadoras de determinado tipo de deficiência, ou por uma  unidade especializada em determinadas deficiências, ou em último caso, verdadeiramente excepcional, quando se trata de alunos com deficiência profunda em instituições com recursos para o atendimento mais ajustado.

A regra é a integração na escola regular. Mas a decisão dos pais deverá ter sempre em conta o melhor atendimento educativo para os seus filhos. Aos pais pertence a decisão para a qual deve contribuir também a informação dos docentes e dos técnicos de educação.

Podemos entender a integração como a entrada das crianças com necessidades especiais na escola regular, como uma série de apoios facultados às crianças e aos jovens que lhes permitam suprir algumas das suas dificuldades, como um conjunto de recursos comunitários à disposição de todas as pessoas com dificuldades.

A integração escolar, no entanto, não é apenas, como alguns podem pensar, integrar a criança na sala de aula.

                                   "A integração nunca é 'um caminho'!
                                    A integração não é nem uma consequência nem um resultado produzido.
                                    A integração não é nem uma coisa que se ganhe nem algo que nos seja distribuído.
                                    A integração é a nossa maneira de ouvir os outros.
                                    A integração é uma acção recíproca, mútua, permanente".
                                                           Han Fortman

Dito de outro modo,  integração é adaptação à vida. A ESCOLA é um espaço privilegiado de educar, de ensinar e de aprender, de errar e de acertar, de alegrias e de ansiedades, de construir amizades…

No entanto, o aspecto mais importante será entender a integração como um processo de desenvolvimento pessoal.
A integração nunca está feita. Durante a vida de qualquer pessoa ela terá de fazer-se todos os dias e diz respeito a todas as pessoas mesmo àquelas que aparentemente não têm dificuldades sensoriais, mentais, sociais, etc. Ela envolve não apenas a escola, os pais ou a escola especial... mas todos os elementos da comunidade.

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