Podemos referir algumas dificuldades que as crianças e os jovens enfrentam no seu dia a dia quando estão na escola ou fora dela:
- Não se entender nem entender o que se passa com o desenvolvimento corporal: o problema da auto-estima, da dismorfia e da dismorfofobia.
- O cavalheiro bem posto que alicia
- O colega que oferece ganzas
- O trânsito que não respeita as pessoas
- O consumismo
- O medo dos testes negativos
- A mentira de desculpa para não ser castigado, posto no quarto escuro ou apanhar com o cinto…
- O medo do colega que ameaça bater lá fora
- O medo de ir para casa onde o pai não está ou se está ainda é pior…
- A dificuldade em se exprimir no campo emocional.
Mas quais são as respostas sociais existentes quando não estão na escola...
Se há alguns anos havia estruturas que enquadravam os jovens (a família, o trabalho, o serviço militar, etc.) agora temos uma maior diversidade de ofertas com outros tipos de enquadramento, que, subrepticiamente ou ostensivamente, em muitos casos, fazem parte da manipulação dos espíritos:
- Os aparelhos do maravilhoso: os milagres que aparecem por aí, a parapsicologia e o espiritismo …
- Os aparelhos de diversão: os 100 canais de TV, as romarias, a queima das fitas e as praxes dos caloiros, a música pimba, o futebol …
- Os aparelhos da esperança: o progresso da ciência, a justiça dos partidos políticos e das ideologias, o diálogo na Internet …
- Os aparelhos da resignação: o trabalho, as férias, o "nós por cá todos bem"… (J. G.Pereira Bastos).
A identificação traz o perigo, o problema, da homogeneização: o gang, o grupo étnico e tornar-se dependente do grupo, do bando. Mas os apegos profundos não são fáceis. Só à superfície andam acompanhados " isolados reunidos"(Winnicot) ou andar só ou só em grupo.
E a identidade enfrenta a dificuldade da escolha escolar e profissional.
Todos integramos estes aparelhos de uma forma ou de outra, o problema é como manter a nossa autonomia, a nossa identidade.
A casa abandonada exterior é também a sua casa interior. A casa onde se aventuram, com todos os medos resultantes do abandono, da insegurança, da destruição, do disfuncionamento, em que a cada passo pode significar um o perigo…
Mas o que podemos fazer perante este fenómeno? Alguns quereriam que se inventassem novos pais, outros que os pais são os culpados, outros que a escola não cumpre o seu papel, outros que a culpa é mesmo da família.
Mas a escola não é o reflexo do que se passa nas famílias e na sociedade?
Não é a escola que faz a sociedade agreste mas esta que forma aquela, desajustada, pouco motivadora para os que convivem todos os dias com a necessidade de enfrentarem o medo.
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