28/04/09

Educar crianças para serem felizes

Um estudo britânico de 2006 revela que as crianças mais felizes dos 29 Estados europeus vivem na Holanda e nos países escandinavos. Portugal está no 21º lugar da lista. [1]
A informação recolhida diz respeito a crianças e jovens com menos de 19 anos, tendo em conta 43 critérios, como mortalidade infantil, obesidade, recursos materiais - pobreza e habitação.
Os sete critérios principais foram: Saúde, Bem-estar, Relações interpessoais, Recursos materiais, Comportamentos de risco, Educação e Habitação e Ambiente.
O 21º lugar de Portugal resulta de maus resultados em quatro das sete categorias principais: Saúde, Bem-estar, Recursos materiais e Educação
Podemos identificar a infelicidade por uma série de sinais de alarme que devem ser detectados precocemente, de forma a que as situações de risco não se transformem em situações de perigo e, finalmente, de forma a evitar que se transformem em tragédias.
A violência na escola traduz-se numa grande diversidade de comportamentos anti-sociais que podem ser desencadeados quer pelos alunos quer por outros elementos da comunidade escolar.,
O trabalho dos professores e técnicos deve centrar-se na prevenção destes comportamentos anti-sociais.
Embora não seja fácil avaliar quando uma situação disruptiva leva a uma situação de grande violência, podemos, no entanto, considerar que existem alguns factores de risco tais como, os hereditários, acontecimentos "desencadeadores" e problemas psicopatológicos.
É por isso importante procurar a intervenção quando algumas atitudes e comportamentos são verdadeiramente excessivos, isto é, quando ultrapassam aquilo que é característico do período de desenvolvimento em que a criança ou adolescente se encontra.
Comportamentos tais como: o isolamento no quarto de forma permanente, comunicação praticamente inexistente, grupo de amigos estranho, conversa desadequada e bizarra, exigências desproporcionadas, pouca resistência à frustração...
São comportamentos que evidenciam alguma perturbação.
É preciso estar alerta e em ligação permanente com a escola: em primeiro lugar o director de turma e depois a equipa de técnicos da escola ou de outros serviços.
Nem todas as escolas têm recursos suficientes para dar conta das diversas situações problemáticas, na medida em que não existem psicólogos suficientes para despistar situações de risco e intervir atempadamente.
Mas o que nos falta é organização: é necessário articular as respostas existentes nos diversos sectores institucionais: saúde, hospitais e centros de saúde, serviços de psicologia e orientação (SPO) da educação, serviços de juventude, serviços de formação e emprego, serviços de segurança social e reinserção social…
Assim, talvez, os serviços pudessem trabalhar de uma forma mais eficaz, evitando que duplicação de avaliações e de intervenções, com o prejuízo que daí resulta para os pais, com as listas de espera, com as consultas muito espaçadas e sem a intervenção atempada que as crianças e adolescentes necessitam.

[1] O estudo é da responsabilidade da Universidade de York e os dados foram compilados em 2006 para o Child Poverty Action Group (CPAG - uma organização britânica que combate a pobreza infantil).

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