02/06/10

Elementar, meu caro Watson !

Há pequenas coisas na nossa vida e na vida das pessoas que nos dizem quase tudo acerca de nós e dos outros.
O que pode significar, por exemplo, um pequeno-almoço com uma determinada pessoa? A coisa até parece banal. Mas deixa de o ser quando vem na comunicação social a questão de alguém ter mentido sobre quem convidou quem para esse pequeno-almoço.
Neste caso o que pode ter de relevante um pequeno-almoço com Chico Buarque? Inicialmente fiquei intrigado, ficando-me pelas contradições de quem convidou quem porque em relação a essas trapalhadas já sabemos o que se pode esperar. Isto é, nada.
Mas depois do pequeno-almoço com Luís Figo…já muda de figura. Uma coisa leva a outra.
Watson, não o criado por Conan Doyle mas o que escreveu Behavorism, vem explicar que podemos associar duas coisas e que podemos aprender dessa forma.
Watson, depois de ter inventado o behavorismo, dedicou-se à publicidade aplicando-lhe os princípios do condicionamento.

A publicidade resulta quando associamos duas imagens. Foi o que fez: associou figuras maternas com outros produtos dando a ideia de produtos higiénicos e protectores como acontece com uma mãe amorosa e responsável.
Não era importante dizer ao consumidor apenas que os produtos têm determinadas características funcionais mas associá-las com aspectos emocionais e afectivos.
A técnica desde então nunca mais parou de evoluir. E está a ser levada ao limite da mentira.
O condicionamento por associação de estímulos, ao fim de várias situações repetitivas, faz com que fiquemos condicionados a um estímulo condicionado que se associou ao estímulo incondicionado.
Em publicidade o condicionamento clássico serve para explicar como adquirimos os comportamentos e motivações e aplica-se para associar um produto, uma marca a um ambiente agradável, a uma mulher simpática, sexy, a um jovem ou a um homem interessante.
Na situação de condicionamento há um processo de generalização, isto é, aplica-se a um objecto ou situação as características que se parecem. Então passamos a reagir aos objectos e situações que se parecem, como se fossem iguais.

Outra característica é a da proximidade que se baseia na ideia de que os objectos situados na proximidade de outro lhes dão as mesmas características.
Aqui, não me interessa saber quem convidou quem, ou quem está a mentir. O que me interessa é que não há pequenos-almoços ocasionais. Nesses não está lá a comunicação social.
O que interessa é que a mudança de opinião, de atitude e de comportamento dos indivíduos pode fazer-se por condicionamento.
E é por isso que o condicionamento é usado pela publicidade e propaganda.
Estamos a nível do behaviorismo puro e duro: eu sou como aquele que toma o pequeno-almoço comigo.
O problema é que também o condicionamento se extingue se não for periodicamente repetido. Então teremos muitos mais pequenos-almoços em perspectiva para que seja possível continuar a engolir o produto que, assim, continua agradável.
Elementar, meu caro Watson !

29/05/10

Sem rumo e sem caminho

"Dito isto,  a rainha e o ministro partiram por um atalho traçado em forma de anel em volta de Arvoreburgo, logo a seguir às muralhas. Para dizer a verdade, quanto mais avançavam mais o carreiro parecia afastar-se da cidade. A rainha começou a perguntar-se se  por acaso não se teriam enganado no caminho."

Italo Calvino, Um mistério no labirinto.

25/05/10

As escolas pequenas

Primeiro fecharam as escolas com menos de cinco alunos, depois com menos de dez, depois vinte e já vão em cem alunos. Aqui  apresentam -se argumentos para não se concordar com isso.
"Um dos maiores erros cometidos em Portugal, nos últimos oito anos, foi o fecho das escolas de pequena e média dimensão. Só durante o consulado de Maria de Lurdes Rodrigues foram encerradas cerca de 4 mil escolas."

19/05/10

A regra mais cretina

               
A regra “saem dois entra um” na função pública que nos habituámos a ouvir e à qual já não reagimos ou que até alguns defendem, é uma das regras mais cretinas que alguma vez podia ter existido.
O longo braço do estado vai até às mais pequenas coisas da nossa vida e por isso deve sair de muitas actividades e muitos serviços podendo ser substituído por entidades privadas que não dependam do estado para poderem sobreviver.
Mas esta regra já começou a fazer sentir os seus efeitos nefastos e isto é só o princípio .
De repente, no sector de saúde, percebeu-se que iam sair cerca de 600 médicos e que não seria possível prescindir do seu serviço sob pena de haver prejuízo para os doentes.
Mesmo que fosse possível reduzir a função pública a metade ou a um terço, a regra não podia ser cega. Será realista imaginar que saem dois médicos e entra um, saem dois engenheiros e entra um, saem dois professores e entra um, saem dois polícias e entra um, etc…
Como é que na Saúde e na Educação podem reduzir para metade os trabalhadores existentes ?
Mas não há pessoal a mais? Se há, e isso não é líquido, o que há a fazer é cortar o que está a mais. Aí estamos de acordo. E o que está a mais nós sabemos o que é.
E também sabemos que no que está a mais não se mexe porque aí é necessário que continue a triunfar o longo braço do estado, para que o aparelho ideológico funcione de forma bem oleada.
Nos governos civis, nas empresas municipais, nas associações subsidio dependentes, no outsourcing, nos projectos encomendados, nas obras megalómanas, TGV, aeroporto, auto-estradas, polis, magalhães, parcerias publico-privadas, indemnizações compensatórias, novas oportunidades, actividades de enriquecimento, etc.
Mudou-se o estatuto dos funcionários públicos e o que se ganhou ou ganha com isso em termos de eficiência e eficácia ?
Já agora porque não passa a função pública a ter um estatuto privado abrindo, assim, o caminho para se aplicarem as regras privadas ao sector público ?
Porque não há uma inspecção de trabalho para a função pública?
Muito teria que fazer no controle dos horários de trabalho feito para além do estabelecido, as reuniões fora do horário, a disponibilidade, o desmantelamento, na prática, das carreiras, a ausência de concursos de acesso, o sistema de avaliação que não funciona…
A função pública é o bode expiatório sistemático da crise, do despesismo, do mau funcionamento do país.
Já se nota a desarticulação que vai surgindo nos serviços, a falta de continuidade no acompanhamento dos casos e dos projectos, a ausência de cultura de empresa ou de serviço, a falta de vínculos afectivos que vinham do trabalho colectivo, a sobrecarga do trabalho, o stress e o assédio laboral…
O caminho que se tem seguido é o da desestruturação do estado. Não é liberalismo, não. É bagunça. E este é um caminho sem futuro.
                   

14/05/10

RBI 25 anos de liberdade de expressão


A RBI está a comemorar os 25 anos de emissões. Vem por isso a propósito falar de liberdade de expressão.
Lembro-me de ter começado a minha intervenção nesta rádio há muito tempo, no programa “ Falar de Educação” com Isabel Moreira.
Depois veio o programa “Avenida Central – Encontros Informais”, com Graça Lourenço, com os seus diferentes formatos, e, finalmente, o programa de Opinião em que conto com a habitual paciência de Manuela Cardoso.
Já disse, certamente, muita coisa interessante e também, involuntariamente, alguns disparates.
Algumas crónicas fluíram facilmente para o papel e em outras foi difícil construir qualquer coisa de jeito, na folha em branco, que pudesse interessar aos ouvintes.
Aprendi que há um direito que não temos: que é o de dizer disparates que podem levar os outros a errar.
Por isso, tento não ser vulgar repetindo o que os outros dizem e que facilmente encontramos em qualquer livro ou enciclopédia.
Estou convicto de que as pessoas que me ouvem são inteligentes e por isso fujo da perspectiva de orientação que muitas vezes ouvimos aos especialistas, principalmente aos “especialistas especialmente especializados”.
A orientação é muitas vezes manipulação e tento fazer a desconstrução de algumas dessas manifestações manipuladoras do nosso quotidiano.
Trabalhei num serviço de orientação de consumos e entendemos que a orientação de consumos não podia ser outra forma de propaganda, de marketing ou de merchandising. Porque a publicidade é: “a verdade com que nos mentem”.
A mentira na comunicação era e é o inimigo. Já que aqui nunca tivemos outros inimigos.
A liberdade de expressão é uma das mais importantes garantias constitucionais. Ela é um dos pilares da democracia. Falar, escrever e expressar-se é um direito de todos.
É por isso que o gesto de um deputado que mais do que tudo aquilo que possa configurar, quando as perguntas são desagradáveis, resolve não responder àquilo que acha que é mentira mas pura e simplesmente decide eliminar a mensagem eliminando o seu suporte físico nos deixa entre o ridículo e a preocupação de sentirmos como a história vai deslizando progressivamente para o silenciador passado. Por enquanto, por cá, ainda não se elimina o mensageiro, cala-se ou compra-se para se calar.
Verdadeiramente simbólico para os tempos actuais.
Poucas coisas me aborrecem hoje. Mais crise menos crise, mais corte na reforma menos corte, mais promessa dos políticos, menos promessa, já sei que não cumprem o que prometem. Todos os políticos embora uns mais do que outros. Actualmente, por exemplo, chegou-se a um patamar com as promessas não cumpridas com as encenações propagandísticas, com o pessoal seleccionado em castings, com agências de eventos e de marketing, difícil de ultrapassar.
Mas há uma coisa em que de facto não devemos ceder: na questão da liberdade e da liberdade de expressão.
Aqui nesta rádio tem sido assim.



13/05/10

09/05/10

Violência na escola: não há respostas fáceis

O fenómeno da violência tem vindo a preocupar os cidadãos e em particular os educadores.
Esta preocupação tem desencadeado em Portugal como no estrangeiro atitudes de reacção excessiva provocando atitudes de autoritarismo ou de justificação absoluta.
Um dos perigos da reacção excessiva é o da histeria que tem acompanhado o fenómeno.
Somos particularmente sensíveis à violência que envolve crianças… Mas o perigo é o de agirmos antes de pensar e continuarmos a reagir ou reagir excessivamente, em vez de tentarmos prevenir as situações de violência.
Para James Garbarino, que escreveu sobre o problema o livro Lost Boys, a questão que se coloca é: existem maneiras de poder identificar alunos potencialmente violentos ?
Para Garbarino há 4 coisas a ter em conta:
1. tudo está dependente de uma série de factores: e não há maneira de saber o que para certos adolescentes pode canalizar a sua raiva ou frustração para actos violentos;
2. o risco é cumulativo. É a acumulação de factores de risco que leva ao comportamento violento do tipo “ a gota que faz transbordar a água do copo”;
3. os adolescentes conseguem lidar com uma série de riscos ambientais mas a sua resistência diminui em cada perigo adicional introduzido.
Garbarino fala de 5 factores que dificultam esta resistência ou resiliência:
a) irá ocorrer em 100% das pessoas que foram submetidas a abuso e negligência;
b) vivem nas áreas empobrecidas e mais violentas;
c) estão entre 13 e 15 anos de idade;
d) são do sexo masculino;
e) estão sujeitos a tratamento racista.
4. um vazio espiritual leva à sensação de não estar ligado a nada, de não ter limites para o comportamento e não ter reverência pela vida.
Temos crianças “órfãs” na escola parecendo que não fazem parte da comunidade: são crianças deixadas sozinhas pelos pais que trabalham, que já não estão ligadas à igreja, à escola… às instituições.
Com o acesso a armas, à violência dos vídeo jogos e da imagem visual…fica facilitado o caminho para a violência.
Podemos perguntar:
- Como podemos ter escolas seguras ?
- O que se passa hoje nas escolas de forma a fazê-las particularmente vulneráveis à violência ?
- O que podemos dizer aos nossos filhos sobre o assunto ?
Não há respostas fáceis.
Um seguro escolar é aquele em que a comunidade está envolvida com estudantes não intimidados.
O que se passa é que não tem havido sintonia dos professores entre si, entre pais e professores…
Quais são os limites da segurança da escola ? Dizer que a escola é responsável e ignorar o que se passa na rua ou no parque de estacionamento do outro lado da rua não é certamente uma resposta.
Comunidade, escolas e pais devem estar em sintonia relativamente à resolução do problema da violência na escola.

05/05/10

Transições escolares e orientação

Estamos a atingir o final do ano lectivo e esta época do ano é particularmente sensível para alguns alunos, em particular para aqueles que se encontram numa etapa de transição escolar.
Isto acontece com os alunos que efectuam matrículas nos diversos ciclos dos ensino básico ou secundário.
De alguma forma os alunos no 9º ano de escolaridade, estão a escolher a sua vida profissional futura e por isso o salto para o ensino secundário terá ainda maior risco se for um salto no escuro.
Não é a sua primeira decisão na vida mas é uma das primeiras e das mais relevantes.
Por esse motivo, é necessário trabalhar com os alunos a orientação escolar, que os ajude a reduzir o campo da dúvida e a tomar uma decisão mais madura e consciente e com menor probabilidade de erro.
A orientação escolar é baseada num trabalho feito com os alunos ao longo do ano e passa por uma pesquisa fundamentada da personalidade do aluno em áreas como as capacidades cognitivas e as aptidões, o auto-conceito, os interesses, as motivações e os valores, tendo sempre em conta a avaliação académica.
Além disso, é muito importante que o aluno disponha de toda a informação relevante sobre os cursos existentes na sua região e no país, os currículos e os acessos à formação profissional ou à universidade, o mercado de trabalho, etc.
A decisão da escolha de um curso científico-humanístico ou de um curso de carácter profissional nem sempre se afigura uma tarefa fácil, pelo que é frequente existirem indecisões, ansiedades, dúvidas.
O aluno e o psicólogo na entrevista de orientação, devem analisar os factores em presença como, por exemplo, nos casos em que existe discrepância entre as aptidões e os interesses, as expectativas do aluno e a realização académica.
Os pais devem ser ouvidos tendo em conta que podem ter uma opinião facilitadora ou, ao contrário, os seus desejos e interesses, mais ou menos conscientes, podem gerar alguma conflitualidade familiar, contribuindo para a dificuldade da decisão dos alunos.
Hoje, fazer um curso secundário ou equivalente ao secundário pode implicar deslocações geográficas para locais mais afastados. É necessário que os pais compreendam que fazer um curso profissional de equitação, de termalismo ou na área das artes: pintura, dança, música, podem requerer estas deslocações. O processo de decisão pode ser mais complexo dado que implica factores de risco acrescidos.
A orientação faz ainda sentido mesmo para os jovens que já decidiram o seu futuro escolar e que sabem, ou pensam que sabem, exactamente o que pretendem. Muitas vezes serve para confirmarem a sua decisão outras para ficarem mais bem informados, outras para alertar para alguns escolhos que podem encontrar no caminho porque não é inédito que mesmo nestes jovens venha a haver dúvidas e mudanças, dado que se encontram no início do processo de desenvolvimento da identidade profissional.
Nem um jovem indeciso quanto ao futuro que prolonga a sua decisão está numa situação de fracasso nem o jovem decidido significa sucesso garantido.

29/04/10

TPC e explicações: sucesso a quanto obrigas

      
Os trabalhos de casa (TPC) e as explicações presentes no quotidiano dos alunos e suas famílias, são um tema controverso, mas de que raramente se fala.
Uma multiplicidade de actividades extra-curriculares, não lectivas, como os TPC, as explicações, as actividades de enriquecimento curricular (AEC’s), o estudo acompanhado, o trabalho na sala de estudo, o apoio pedagógico acrescido, as aulas de esclarecimento de dúvidas, as tutorias…fazem parte do trabalho de muitos alunos.
O estudo acompanhado, supostamente, deveria acabar com algumas dessas actividades ou pelo menos deveria equacionar e articular com as outras actividades do aluno. (1)
Como sabemos não só não acabaram como até foram reforçadas e diversificadas.
Acontece mesmo que as explicações são necessárias para quem quer aceder a notas que permitam entrar em determinados cursos universitários. O que quer dizer que as explicações são para os alunos com melhores resultados, o que quer dizer também que lhes cabe uma parte do sucesso pessoal e do sucesso das escolas que esses alunos frequentam.
Em relação aos TPC há várias posições: os que são contra e até os que acham que violam os direitos da criança. Temos até quem peça um dia de greve aos trabalhos de casa, principalmente contra o formato XXL dos trabalhos de casa. (2)
Há países que proibiram os TPC, como a Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Luxemburgo, França, Grécia, alguns estados alemães…
Mas não se pense que os pais contestam essa situação: na Bélgica 80% dos pais estavam de acordo com os trabalhos de casa que os professores passavam. (3)
A favor ou contra, penso que os pais são suficientemente autónomos e esclarecidos para saberem o que devem fazer.
Em meu entender, se não podemos prescindir dos TPC, então deveria haver alguma organização e regulação.
Há professores que dão grande importância aos trabalhos de casa e que de alguma forma contam para a avaliação, na medida em que para esses professores, eles são a demonstração do interesse do aluno mesmo que não se trate de uma situação formal da avaliação.
Por outro lado, qual é o tempo limite: 30 minutos, uma hora ? Se é fácil definir no 1º ciclo, como se faz isso no 2º, 3º ciclo e secundário, uma vez que os professores não coordenam entre eles esse assunto ?
Mas os TPC não são suficientes para o sucesso.
E é A. Benavente que escreve: “mesmo nas famílias que tendem a rejeitar os TPC se opta frequentemente por um reforço através de explicações, prática que se apresenta como um sinal claro da dificuldade que a escola revela na explanação dos processos cognitivos e na organização metódica de itinerários individuais de pesquisa e resolução de problemas”.
As novas áreas curriculares do meu ponto de vista, não vieram resolver ou colmatar estas situações. Por isso, as explicações estão cada vez mais organizadas e franchizadas.
É caso para dizer: sucesso a quanto obrigas.

(1) Veja-se o que escrevia Ana Benavente a esse propósito: Aprender a estudar na escola, Público, de 8 de Novembro de 2000.
(2) Eduardo Sá, Noticias Magazine, 14 de Novembro de 2004. A polémica vem muitas vezes de fora da escola e é levantada, designadamente, por psicólogos e pediatras, às vezes de forma provocatória como penso que são algumas intervenções de Eduardo Sá e de Mário Cordeiro, mas, por isso mesmo, merecem ser discutidas e analisadas.
(3) Souta, L., Os (in)controversos TêPêCês, A página da Educação, Internet.
       

25/04/10

Arqueologia ideológica

     
Aguiar-Branco, com um discurso bem a propósito do que se passa na nossa sociedade, incomodou os do "nós por cá todos bem ", mexeram-se nas cadeiras, riram-se com alguns sorrisos lorpas, fizeram gestos...
pois é ...
Rosa Luxemburgo não interessa nada...
Mas como diz o Sr. Presidente da República "para onde é que estão a conduzir o país?"
Todos tão contentes com o 25 de Abril, aqueles cujos familiares faziam parte do poder antes dessa data, estão todos recuperados ... para o poder. São sempre os mesmos.
Cavaco Silva é uma excepção a esta regra. Por isso, não lhe perdoam ter tido a ousadia de ter vindo do povo e ter chegado a Presidente da República.
Vamos dar ao povo o que é do povo: o 25 de Abril.