Estamos a atingir o final do ano lectivo e esta época do ano é particularmente sensível para alguns alunos, em particular para aqueles que se encontram numa etapa de transição escolar.
Isto acontece com os alunos que efectuam matrículas nos diversos ciclos dos ensino básico ou secundário.
De alguma forma os alunos no 9º ano de escolaridade, estão a escolher a sua vida profissional futura e por isso o salto para o ensino secundário terá ainda maior risco se for um salto no escuro.
Não é a sua primeira decisão na vida mas é uma das primeiras e das mais relevantes.
Por esse motivo, é necessário trabalhar com os alunos a orientação escolar, que os ajude a reduzir o campo da dúvida e a tomar uma decisão mais madura e consciente e com menor probabilidade de erro.
A orientação escolar é baseada num trabalho feito com os alunos ao longo do ano e passa por uma pesquisa fundamentada da personalidade do aluno em áreas como as capacidades cognitivas e as aptidões, o auto-conceito, os interesses, as motivações e os valores, tendo sempre em conta a avaliação académica.
Além disso, é muito importante que o aluno disponha de toda a informação relevante sobre os cursos existentes na sua região e no país, os currículos e os acessos à formação profissional ou à universidade, o mercado de trabalho, etc.
A decisão da escolha de um curso científico-humanístico ou de um curso de carácter profissional nem sempre se afigura uma tarefa fácil, pelo que é frequente existirem indecisões, ansiedades, dúvidas.
O aluno e o psicólogo na entrevista de orientação, devem analisar os factores em presença como, por exemplo, nos casos em que existe discrepância entre as aptidões e os interesses, as expectativas do aluno e a realização académica.
Os pais devem ser ouvidos tendo em conta que podem ter uma opinião facilitadora ou, ao contrário, os seus desejos e interesses, mais ou menos conscientes, podem gerar alguma conflitualidade familiar, contribuindo para a dificuldade da decisão dos alunos.
Hoje, fazer um curso secundário ou equivalente ao secundário pode implicar deslocações geográficas para locais mais afastados. É necessário que os pais compreendam que fazer um curso profissional de equitação, de termalismo ou na área das artes: pintura, dança, música, podem requerer estas deslocações. O processo de decisão pode ser mais complexo dado que implica factores de risco acrescidos.
A orientação faz ainda sentido mesmo para os jovens que já decidiram o seu futuro escolar e que sabem, ou pensam que sabem, exactamente o que pretendem. Muitas vezes serve para confirmarem a sua decisão outras para ficarem mais bem informados, outras para alertar para alguns escolhos que podem encontrar no caminho porque não é inédito que mesmo nestes jovens venha a haver dúvidas e mudanças, dado que se encontram no início do processo de desenvolvimento da identidade profissional.
Nem um jovem indeciso quanto ao futuro que prolonga a sua decisão está numa situação de fracasso nem o jovem decidido significa sucesso garantido.
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