01/09/22

Tempo de diálogo e esperança


Gorbatchov,  2 de Março de 1931 - 30 de Agosto de 2022.

"Escrevi este livro porque acredito no senso comum de toda a gente. Estou convencido de que as pessoas, tal como me acontece, se preocupam com o futuro do nosso planeta. E este é o assunto mais importante.
Devemos encontrar-nos e discutir. Devemos tentar resolver os problemas com espírito de cooperação em vez de com animosidade. Compreendo que nem todos concordarão comigo. Na verdade, nem eu concordo com tudo quanto outros, em diversas ocasiões, dizem. Isto significa que o mais relevante é o diálogo. O meu livro é uma contribuição para isso." (Perestroika, p.17)

Um homem extraordinário, como tentei dizer em: MurosRevoluções, guerras e pessoas; Tempo de esperança. 

Erros? Claro. Releio uma crónica de J. Pacheco Pereira ("Gorbatchov e a Rússia", Vai Pensamento, 2002): 
"É por isso que convém não confundir o papel que objectivamente Gorbatchov teve para acabar com o comunismo e a URSS, com as suas ideias presentes sobre a Rússia, o seu antiamericanismo larvar, o seu apoio a Putin e à guerra da Chechénia. O crescente isolacionismo da política russa que encontrou também uma voz em Gorbatchov. - "não nos dêem lições", "nós é que sabemos do nosso país e da sua complexidade" - funciona como argumento de autoridade para que não haja discussão. Discussão é aliás coisa com que Gorbatchov convive mal, ele que foi educado a ensinar e a debitar a "linha" política, e que tem muitos tiques autoritários da velha política russa. Gorbatchov pode ser um "herói" dos nossos dias como lhe chamou António Barreto mas convinha não assinar de cruz as suas políticas ou as suas opiniões." (p. 242-243)

Para um homem condicionado pela educação do "homem novo", temos de convir que foi um homem extraordinário que originou um tempo de diálogo e de esperança.






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