01/10/21

A música é a revolução

Dmitri Shostakovich - Sinfonia Nº 4 em C Minor, Op. 43: III. Largo - Allegro 

"A 26 de Janeiro de 1936, Stalin, acompanhado por três figuras gradas do aparelho soviético – Molotov, Zhdanov e Mikoyan – deslocou-se ao Teatro Bolshoi, em Moscovo, para assistir à ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk, de Dmitri Shostakovich. O compositor foi convidado para a récita, mas não para o camarote de Stalin, como seria de esperar. Esta circunstância causou-lhe alguma apreensão, que terá aumentado ao aperceber-se de que Stalin e os seus camaradas tinham saído antes do último acto.
Dois dias depois, o Pravda publicava um artigo que mostrava que a apreensão do compositor era justificada: intitulava-se “Chinfrim em vez de música” e desferia um feroz ataque contra Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk. Foi o primeiro passo de uma campanha implacável contra Shostakovich e toda a música que não se conformava ao modelo do realismo socialista." (A noite em que Stalin foi à ópera)


"Shostakovich estava realmente com medo de ser preso pela polícia secreta. Não faltaram motivos para ele ficar aterrorizado. Seu amigo Mikhail Kvadri, a quem dedicou sua primeira sinfonia, foi executado por motivos políticos. Seu defensor amante da música, o marechal Mikhail Tukhachevsky, foi executado numa das terríveis purgas do Exército Vermelho. Parentes próximos do compositor também morreram. Um de seus relacionamentos com uma jovem tradutora chamada Yelena Kontantinovskaya terminou abruptamente quando ela foi denunciada e presa." (História de la sinfonia)


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