A inclusão é uma palavra muito bonita que significa práticas e comportamentos ainda mais bonitos.
Acontece que, ultimamente, a inclusão tem sido completamente viciada principalmente por aquilo que alguns têm designado por “Guiões de linguagem inclusiva” que mais não são do que orientações subjectivas, manipulação ou censura.
A manipulação a que estamos sujeitos, tanto pode estar na orientação de consumos, com a publicidade, como nos guiões de orientação política sobre o que devemos ou não devemos comer ou beber, como proibir o consumo de leite achocolatado nas escolas, como quer o PAN, ou proibir o consumo de carne de vaca na universidade, como propõe o sr. Reitor da Universidade de Coimbra.
Mais grave ainda, chegámos a um tempo em que a manipulação e a censura da expressão livre vem em “guiões de linguagem inclusiva”. Este embuste não inclui ninguém, pelo contrário, gera formas de desorientação, manipulação e censura sobre quem pensa a inclusão de outra forma. O condicionamento das pessoas é perigoso, dissimulado, propositado, instrumental.
J. M. Fernandes, chama-lhe “a estupidez sem limites dos polícias da linguagem”, a propósito da “linguagem neutra e inclusiva” que o Conselho económico e social (CES) quer introduzir na sua prática. (Observador)
Isto é tudo menos neutro e inclusivo.
Francisco José Viegas também refere que “a novilíngua veio para ficar, como arsénico que tudo empobrece, desejosa de regenerar a espécie humana e de fomentar a ignorância". (A origem das espécies)
A inclusão é fundamental para cada um de nós. O que acontece é que estes guiões são falsamente inclusivos.
A linguagem, ao longo do tempo, pode e deve ser ajustada, melhorada, como reflexo da evolução da vida das pessoas e da evolução científica. Nos vários sectores de actividade importa que haja uma linguagem comum como acontece com as associações profissionais desses sectores. Mas não há inocência na provocação do caos e, no fundo, na desorientação das pessoas.
Partilhei no facebook o que Helena Matos escreveu sobre estes “guiões de linguagem inclusiva”, (Observador)
"Como o guião da Universidade de Manchester que impede os funcionários e professores daquela universidade de usarem termos como mãe e pai, idosos, pensionistas, jovens e mulher/marido!"
"No Guia de Comunicação Inclusiva da UE já se tinha posto o casamento ao nível do jogo da bisca com a recomendação de que se usasse “parceiro/parceira” em vez de “marido/mulher“."
"Estes guiões de linguagem apresentada como igualitária e inclusiva estão a transformar as nossas vidas numa versão daqueles pesadelos em que gritamos por ajuda mas não conseguimos articular qualquer som: eles proíbem-nos as palavras que nomeavam o nosso mundo."
"Em vez de “mãe”, “pai” ou “pais”, os alunos da Grace Church School, em Manhattan, nos Estados Unidos, vão passar a dizer “adultos” ou “família”. Em vez de “rapazes e raparigas” ou “senhoras e senhores”, passam a ser utilizados os termos “pessoas” ou “amigos”." (SIC e aqui)
São guiões despóticos que me tornam cada vez mais excluído e desadaptado, embora tenha alguma vaidade e orgulho nisso.
E, quer gostem ou não, proíbam ou não, serei, eternamente, filho, pai e avõ...
Até para a semana, com muita saúde.
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