04/11/15

Malabarismo político

Completa-se o primeiro mês pós-eleitoral. Costa ainda não se demitiu. Em vez disso, tem-se sujeitado a mostrar o que tem de pior e o pior que tem um político.
Ao fim de tanto tempo ainda não conseguiu concretizar o(s) acordo(s) que vai (vão) mudar o país e acabar com a austeridade. A responsabilidade disso é do Presidente da República que andou a perder tempo com a nomeação de um governo que resultou de uma maioria relativa que, por acaso, até ganhou as eleições!
Capriche, à vontade, nesse tal acordo (ou acordos) que não perde pela demora.

P.S.: A gente lê e não acredita. Os outros são sempre responsáveis pelo que eles estão a fazer ao país. O rapaz da bom atómica vem dizer que "foi a deriva do PSD que fez aproximar o PS da esquerda". 

P.S. 2 (9-11-15): "Há acordo no que há acordo, e não há acordo onde não há acordo". A lapalissada do acordo. É de ir às lágrimas.

P.S. 3 (9-11-15): A primeira gigantesca desculpa: as gigantescas pressões. "Vamos ter, certamente, gigantescas pressões da Europa da austeridade; vamos ter, certamente, gigantescas pressões dos grandes grupos financeiros internacionais, que têm lucrado tanto com a venda do nosso país ao desbarato; vamos ter gigantescas pressões do sistema financeiro e dos grandes grupos económicos que têm gostado tanto da destruição das condições do trabalho e da vida em Portugal", disse Catarina Martins..." Esqueceu-se de falar das gigantescas pressões que virão da troica externa Catarina/Jerónimo/Verdes e da troica interna Costa/César/Centeno. 

P.S. 4 (10-11-15): Diz a comunicação social (rtp, tvi, sic) que, em segredo (à porta fechada), sem a presença de qualquer órgão de comunicação social,  individualmente, à hora de almoço, numa sala qualquer de S. Bento, foram assinados três acordos. Estes acordos-golpada dos perdedores das eleições de 4 de Outubro são a tradução da ambição pessoal de Costa. A democracia levou o primeiro corte. 

P.S. 5 (13-11-15): Em 2009, era assim: “os portugueses conquistaram um direito a que não podem nem devem renunciar: o direito a que os governos não sejam formados pelos jogos partidários, mas que resultem da vontade expressa, maioritária, clara e inequívoca de todos os portugueses”                    




P.S. 6 (24-11-15): Depois de 51 dias, a maior parte deles de grande indefinição política, hoje ficou a saber-se que o próximo primeiro-ministro será António Costa. O líder do PS foi esta manhã a Belém, encontrar-se com Cavaco Silva (ontem já lá tinha estado) e pouco depois o Presidente da República revelava que o tinha indigitado PM, com a incumbência de formar governo.
Já se conhece o elenco governativo. Como disse Sobrinho Simões, voltou a alegria ao país!

P. S. 7 (26-11-15): 53 dias depois das eleições legislativas, o governo-golpada acaba de tomar posse. Declarou César: Vem aí um "país novo"!

Moral da história: A fonte deixou de ser luminosa. "O tempo é de ficar do outro lado. Por todo o lado e bem à vista."


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