17/11/15

"Les fleurs et les bougies, c'est pour nous protéger"

Como explicar às crianças a guerra, o terrorismo, a morte? Como explicar às crianças aquilo que nem os adultos compreendem muito bem?  As notícias sobre os assassinatos de Paris inundam os media e as pessoas dificilmente as podem esquecer. Interrogamo-nos sobre o que leva estes radicais a cometer estes crimes, e sobre o que está a acontecer na nossa sociedade, no nosso mundo.
Estátua da liberdade - Paris 
Além da guerra em si mesma, há também uma guerra psicológica que é vivida todos os dias pelos sobreviventes e por todas as pessoas que de uma maneira ou outra viveram aqueles acontecimentos. 
Mais tarde ou mais cedo vão acabar por surgir perguntas feitas pelas crianças.
Os diálogos com as crianças devem ter em conta a idade e o seu desenvolvimento cognitivo, social e moral. Obviamente que a comunicação deve ser ajustada a esse desenvolvimento.
Há que ter em conta que as crianças por aprendizagem e por modelagem aprendem as emoções dos pais, a ansiedade dos pais e elas próprias acabam por ficar ansiosas se sentirem ansiedade à sua volta.
Como em outra situação qualquer, a criança vai ficar com medo se nós, através da nossa comunicação, lhes incutirmos esse medo, seja ele qual for: da guerra, do terror, ou de coisas do quotidiano: o medo da escola, dos exames…
Face a tantas notícias, os nossos comentários em família ou com outras pessoas estão carregados emocionalmente, tal como acontece com as conversas dos amigos ou dos colegas na escola, por isso elas estão despertas para aquilo que se passa à sua volta, principalmente quando atinge este tipo de gravidade.
Deve-se deixar que as crianças falem das suas dúvidas e interrogações, deve-se deixar que as crianças exprimam o que sentem sobre a sua ansiedade, o seu sofrimento ou o sofrimento dos outros através de várias formas de expressão como o desenho e a pintura…
Não adianta explicar pormenores sobre o que aconteceu. A criança, geralmente, fica satisfeita com a resposta que lhe dermos.
Não vale a pena usar palavras difíceis, termos complicados ou com muitos números, mesmo que a criança já esteja no período operatório.
Tal como nós, a criança precisa de se sentir segura, tem de perceber que alguém lhe dá segurança e amor e este é o melhor remédio para não ficar ansiosa. 
"Les fleurs et les bougies, c'est pour nous protéger" 
Há perguntas mais difíceis de responder quando se coloca a questão do “porque é que as pessoas fazem isto ? “ Porque nos remete para a questão do bem e do mal. Não sei se há um "eixo do mal" mas todas as pessoas são influenciadas por causas familiares, psicológicas, sociais, políticas e religiosas, e apenas algumas têm estas práticas. Há também diferenças psicológicas que geram diferentes comportamentos: Para umas, as emoções como a bondade e o perdão fazem parte do seu comportamento e outras cheias de ódio, querem impor as suas ideias através da violência. Por outro lado, sabemos que a mente do terrorista suicida, foi sujeita a técnicas sofisticadas de condicionamento para doutrinar e executar actos de violência e terror, matando pessoas, ainda que  totalmente inocentes. E isto é uma realidade de que  é necessário proteger os cidadãos  e que também não deve ser ignorada nem escondida.
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