10/01/14

Ano novo, vida nova

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Fontes: Schaie, K. W. & Zanjani, F. (2006). Intellectual development across adulthood, In c. Hoare (Ed.), Oxford handbook of adult development and learning. (pp. 99-122) New York: Oxford University Press

Envelhecer faz parte do ciclo de vida. Esta etapa é constituída por um grupo de pessoas cada vez mais numeroso e em algumas sociedades como a portuguesa ganhou enorme importância demográfica.
Por isso, o envelhecimento é cada vez mais preocupação das sociedades e das pessoas individualmente.
De facto, é nesta etapa da vida que começam alguns problemas de saúde a que não estávamos habituados. E realmente preocupa-nos o que está a acontecer ao nosso cérebro, quando aparecem os primeiros esquecimentos, os nomes das pessoas que nos esforçamos por lembrar ou não nos lembramos onde deixámos os óculos.
É verdade que, na meia-idade (40-70 anos), começam a existir algumas falhas e o nosso cérebro vai perdendo algumas capacidades.
Mas este é também um tempo em que o desenvolvimento pode ter mais ou menos qualidade. Ou seja, há uma forma “normal” de envelhecer e uma for patológica. Há esquecimentos normais e há a situações patológicas.
A investigação cientifica tem vindo a mostrar que o envelhecimento não é apenas o declínio das nossas faculdades mentais e físicas, mas, pelo contrário, vem dar-nos uma nova visão do envelhecimento e fazer alguma revelações sobre o nosso cérebro.
A ciência através das novas tecnologias como os scanners cerebrais e novas metodologias de investigação a longo prazo e com pessoas reais, tem mostrado que a visão que tínhamos do envelhecimento era "incompleta e enganosa“. 
Criaram-se alguns mitos que têm vindo a ser desmentidos pela investigação científica (Ver Barbara Strauch):
O mito de que perdemos 30 por cento das nossas células cerebrais à medida que envelhecemos.
O facto é que nós realmente mantemos a maioria das nossas células cerebrais durante o tempo que vivemos.
Outro mito é de que o nosso cérebro pára de se desenvolver aos 20 anos. Sabemos agora que o nosso cérebro continua a desenvolver-se, mudar e adaptar-se.
Ganhamos novas sinapses devido à nossa experiência que nos permitem reconhecer padrões mais rapidamente, fazer melhores julgamentos e encontrar soluções únicas para os problemas. Os cientistas chamam a essas características "especialização cognitiva" e atingem o seu pico na meia-idade.
Outro mito diz que os nossos cérebros funcionam melhor aos 20 anos. Mas na verdade, o nosso cérebro, na maioria das áreas importantes, atingem o seu auge na meia-idade. 
Somos melhores nas áreas do raciocínio indutivo, vocabulário, julgamento e a encontrar soluções. 
Podemos inclusive ser mais criativos.
"Se alguns neurónios podem ser danificados pelo tempo, há outros – até mesmo regiões inteiras do cérebro – que passam a funcionar melhor. O raciocínio complexo, usado para analisar uma situação e encontrar soluções, é aperfeiçoado”(Gary Small).
O mito de que a demência é inevitável. Sabemos que há um número cada vez maior de pessoas cujos cérebros permanecem em grande parte intactos até aos 90 anos.
Outro mito diz que não há nada que possamos fazer para melhorar o nosso cérebro.
Mas sabemos que há muitas coisas que podemos fazer para essa melhoria: a actividade física, a actividade intelectual, a alimentação, por exemplo, podem fazer a diferença. 
É, por isso, importante desenvolver hábitos saudáveis nestas áreas. São uma garantia para podermos envelhecer com qualidade de vida.
Faço votos para que 2014 seja o começo dessa diferença que depende das nossas atitudes e comportamentos.

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