22/03/13

Autonomia afectiva

Semana Expressões - Foto: M. João Amaral (2006)


As crianças não trazem livro de instruções, efectivamente, e é necessário que os pais aprendam a educá-las.
Não se pode pensar que as podemos educar apenas em algumas coisas essenciais: na arrumação, na organização, na limpeza e higiene nos cuidados pessoais... É necessário que sejam educada nas atitudes e nas emoções.
Deixamos para o jardim de infância algumas das aprendizagens mais importantes da nossa vida, principalmente as que se prendem com a comunicação. Mas até lá há um longo caminho a percorrer e todos os momentos de desenvolvimento são importantes até à idade de 3 anos .
Seligman fala-nos de várias técnicas para construir as emoções positivas: dormir com o bebé, jogos de sincronia, saber dizer não e sim, saber usar o louvor e castigo, compreender a rivalidade entre irmãos,  miminhos ao deitar e até fazer um acordo com o bebé.
É preciso dizer que há em todas estas situações aspectos positivos e negativos.
Discute-se muito se os pais devem dormir com os filhos pequenos. Há as mais diversas experiências e cada um de nós tem a sua .
Seligman fala-nos da sua experiência positiva sobre este aspecto.
Há pediatras (Sears) adeptos do co-sleeping, o sono em família e que apontam benefícios.
Na nossa cultura há a tendência para desenvolver a autonomia dos filhos nos vários aspectos do desenvolvimento e principalmente no emocional. 
Não me parece que haja regras ou modelos a seguir. Cada família adoptará as atitudes mais adequadas. 
Dormir com o bebé pode ter vantagens quando se trabalhar o dia inteiro longe dos filhos. Há indicações de que os bebés adormecem mais facilmente e dormem melhor. 
As mães dormem melhor e mães e bebés entram em sincronia nos seus ritmos de sono. 
Facilita a amamentação tornando-a mais fácil.
Bebés e pais ficam mais ligados e a vinculação pode torna-se mais forte e evidente.
Há casos em que reduz os riscos de saúde.
Mas convém referir que estamos a falar de pais equilibrados do ponto de vista psicológico, não são pais fumadores nem consomem bebidas alcoólicas. 
Os defensores desta ideia dizem “os bebés vão deixar a cama dos pais naturalmente tal como deixam de mamar, e que normalmente isso acontece por volta dos dois anos.
Mas também sabemos que isso não acontece sempre assim e há também desvantagens: a pergunta quando é que isto acaba e como vai acabar ? pode ser de difícil resposta. Vai haver todas as noites choro com cenas de “já não gostas de mim?”
E o que acontece quando este comportamento se prolonga por muitos anos até adolescência. 
Situações em que os filhos fizeram toda a fase de latência (fase de desenvolvimento psicosexual entre os 6 e os 10 anos de idade) nesta situação e até mais tarde.
Temos encontrado algumas dificuldades de desenvolvimento que em nosso entender radicam na procrastinação deste processo de relacionamento afectivo.
Sintomas como dificuldades de aprendizagem podem eventualmente estar relacionados com este comportamento com um a ligação muito forte com a mãe quase simbiótica e onde o pai é afastado da relação. E muitas destas desvantagens vão sendo mais complicados quanto mais tarde a criança deixa a cama parental.
Resultam problemas de parentificação. Resultam comportamentos de manipulação da vontade e decisões dos pais. Os pequenos ditadores também nascem aqui. Alguns passam a ser os chefes lá de casa.


O assunto é controverso. Enquanto os filhos são pequenos, dormir sozinho ou com os pais  é dos assuntos em que não parece haver consenso. Basta ver alguns sites:  Dormir con tu bebé: La cama familiar;  Dormir sozinho, um verdadeiro problema na infância! ; Como tirar o bebê da cama dos paisTem problema levar o bebê para dormir na cama dos pais? ...

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