16/05/12

O bom, o mau e o desejável



O stress é a resposta fisiológica e de comportamento de um indivíduo que se esforça para se adaptar e ajustar a estímulos internos e externos. (Ballone)
O stress é também um fenómeno subjectivo. É diferente de pessoa para pessoa e aquilo que é perturbador para alguns indivíduos pode ser agradável para outros.
Se as pessoas reagem de forma diferente aos estímulos da vida, elas também terão limiares diferentes de esgotamento devido ao stress.
De um modo geral, um baixo stress é considerado normal e desejável para a nossa saúde. Este stress positivo aumenta a vitalidade, o optimismo e a motivação…
Há investigações (com ratos) que mostraram que o stress agudo, como o de um pequeno evento stressante, melhora a memória. *
Por outro lado, o stress exagerado e prolongado pode ser patológico e tem consequências prejudiciais para a saúde. Os elevados níveis de cortisol, provocam alterações de áreas do cérebro acabando por resultar num enfraquecimento da memória. **
Podem aparecer a fadiga, irritabilidade, falta de concentração, depressão, queda da resistência imunológica, dores de cabeça, dores de barriga, dores musculares, insónia, dificuldade de concentração; dificuldade de aprendizagem, etc.
Os factores de stress encontram-se no meio em que vivemos e nas mudanças que ocorrem nas nossas vidas e sobretudo na velocidade dessas mudanças às quais temos que nos adaptar para sobrevivermos.
Para além dos factores de stress familiar, como a exposição a contextos familiares permanentemente violentos, os alunos têm alguns factores acrescidos de stress que os podem afectar nas suas aprendizagens.
As situações de avaliação como testes e exames, são situações stressantes e o stress pode ser maior ou menor conforme a confiança que o aluno tem em si próprio e nas suas capacidades.
Por isso, os pais, os professores e os técnicos devem ajudar os alunos a enfrentar esta situação:
- as estratégias de controlo emocional, levando a maior confiança do aluno nas suas capacidades.
- o confronto com as tarefa que têm a ver com o treino a que o aluno é sujeito para enfrentar as situações stressantes da avaliação, evitando surpresas, e tornando o processo de avaliação como um procedimento normal da aprendizagem.
É por isso que não faz muito sentido a existência de testes surpresas, para além de não fazerem parte do sistema de avaliação…
- o aluno deve saber que há pessoas de confiança na escola: os professores são de uma maneira geral um factor de protecção para os alunos e a interface humana com as instituições sociais de protecção.
- os professores e os técnicos podem aconselhar e orientar os alunos nas suas dúvidas e dificuldades,
reduzindo assim a ansiedade que muitas situações relacionadas com a escola provocam, para além da avaliação, como a mudança de escola, a mudança de nível de ensino, a mudança de professor...
Podemos concluir que há bom e mau stress e até stress desejável mas os sintomas que os alunos apresentam são para levar a sério.
Saber distinguir os factores de stress que podem fazer mal daqueles que podem ser motivadores deve ser também uma competência dos educadores.

* Zhen Yan,  Universidade de Buffalo, EUA.
** Sonia Lupien , Universidade McGill de Montreal, Nature Neuroscience

Situações ordenadas em função da capacidade para provocar stress
(Enciclopédia de Psicologia, vol. 3, Oceano, pag. 486)

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