04/05/12

É urgente a psicologia


Apenas algumas notas do meu moleskine.
O Congresso dos Psicólogos Portugueses foi, para a psicologia, sem dúvida, um importante acontecimento realizado no nosso país ainda que com um atraso assinalável em relação ao desenvolvimento que a psicologia teve noutros países.
Houve intervenções marcantes sobre o momento da psicologia.
Foi numa perspectiva de optimismo que decorreram as intervenções sem se perder de vista o que está a acontecer a uma ciência com cerca de 50 anos em Portugal. Passou-se de uma fase em que praticamente não havia psicólogos, para a linha da frente em número de profissionais de psicologia. A psicologia, em Portugal, tem neste momento 32 cursos universitários, uma ordem com 18 mil inscritos (dos 24000 licenciados) e o país passou a ter o rácio mais elevado da Europa de psicólogos por habitantes.
Genericamente positivo, estes números têm algumas consequências sendo a mais evidente o desemprego existente.
Eduardo Sá falou da psicologia e o futuro. Onde chegamos e o que enfrentamos.
Se a humanidade está mais democrática e mais bonita, fizemos muitos progressos na educação e passámos a ter educação para todos, também há muitas preocupações. Vivemos numa sociedade pouco virada para o futuro.
Continua a verificar-se a fractura entre ciências exactas e ciências humanas.
Temos uma escola que se diz inclusiva mas não é acolhedora.
Vivemos um tempo mais amigo do número do que da palavra.
Mais escola não significa melhor escola.
Uma escola que separa a educação infantil da educação obrigatória.
100 000 crianças reprovam todos os anos no ensino básico.
Aulas de 90 minutos com intervalos de 10 e sem tempo para brincar.
Mas o melhor do mundo são as pessoas e por isso é urgente a psicologia.

Margarida Gaspar de Matos falou de optimismo. Ao contrário do que se ouve dizer, a violência na escola tem vindo a descer.
Também sabemos que quando os professores se interessam pelos alunos as coisas correm melhor na escola.
A maioria do jovens (80%) passa a adolescência sem problemas. Os casos graves são cerca de 5%.

José Maria Peiró falou das consequências que a crise tem para as organizações e empresas mas também para as pessoas: os trabalhadores e as famílias.
A crise vem tornar mais evidente a necessidade dos profissionais de psicologia.
Mas nos debates sobre a crise apenas ouvimos falar economistas, banqueiros, políticos quando nos dizem que o problema é de confiança, de credibilidade, de esperança… é um problema das pessoas e por isso devia haver psicólogos a dizerem o que têm a oferecer às pessoas para melhorarem a sua vida.
Cada vez mais trabalhar não é uma questão de mão de obra mas de cabeça de obra e coração de obra
Na vida pode-se ganhar e pode-se perder. Há empresas com boa qualidade de vida laboral mas sem produtividade. E isso é insustentável.
O que pode acontecer nesta crise é sabermos se queremos ambos perder, empresários e trabalhadores, ou se ambos queremos ganhar.
Tem que haver um bem-estar que seja sustentável.

Gillian Hardy trouxe a experiência da intervenção por vários níveis em saúde mental. Algumas pessoas necessitam de apoio psicológico mais ou menos profundo.

Em todos estes campos, os psicólogos podem ajudar.

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