12/05/12

A fada má e o feiticeiro de Oz




As condições de vida nunca são fáceis (struggle for life) para a maioria das pessoas. No entanto, há períodos da história pessoal e social em que essas dificuldades se acentuam tornando-se insuportáveis.
São períodos da vida em que estamos mais frágeis e o stress é maior. Sabemos que “stress máximo manipulação iminente”. É o que está a acontecer connosco neste momento e por isso é necessária redobrada atenção aos manipuladores.

Vivemos no tempo de todas as informações mas também de todas as manipulações. Às vezes sem darmos por isso a publicidade, o marketing e a doutrinação vão fazendo o seu percurso com as perversidades inerentes.
Se a publicidade e o marketing não servissem para nada não se gastava um cêntimo neles. Certamente servem para aumentar as vendas e os lucros das empresas e não tenhamos dúvidas de que influenciam as nossas decisões. Claro que é difícil sabermos até que ponto estamos sujeitos a estas influências dado que muitos dos mecanismos da manipulação são pouco visíveis.
Os media estão cheios dessas manipulações. A opinião é servida de muitos modos mas sempre com o objectivo de ser eficaz mesmo quandoesses mecanismos não estão identificados, incluindo os comentários dos politólogos e dos tudólogos que com aparência de independentes, todos os dias, nos tentam doutrinar com algumas evidências, durante horas, muitas vezes, sem contraditório.
Esta minha opinião não está isenta dessa componente. Ao escrevê-la estou à espera de que alguém a leia e concorde com ela e esse é o perigo: queremos que a mudança seja a nossa mudança.
O que separa o debate da manipulação ? Onde acaba a educação e começa a doutrinação ?
A manipulação e a doutrinação são lavagem ao cérebro. Tem duas fases: a primeira é eliminar as crenças anteriores e depois instaurar as novas crenças.
Há campos mais fáceis de penetrar como é o caso dos jovens, pelo desejo de pertencer a um grupo em que as convicções de uns membros são suficientes para alimentarem as convicções dos outros.

Vivemos tempos muito interessantes… em que os acontecimentos se sucedem a um ritmo intenso mas tão depressa como surgem, desaparecem. Existem enquanto são falados na comunicação social e quando a comunicação social deixa de falar neles a gente também muda de capítulo: O pingo doce e a Holanda, a corrupção, as reformas dos políticos, as associações secretas, as escutas e os serviços secretos, as crianças desaparecidas, os casos do futebol e … outra vez … o pingo doce.
Temos um regime constitucional e instituições democráticas que têm por função cumprir e fazer cumprir a constituição, mas não deixa de ser preocupante que, entre nós, apareçam os avaliadores da democracia, militares e civis, quais agências de rating politico que fazem peremptórios avaliações: o governo já ultrapassou os limites, o governo já não tem legitimidade para governar, o governo não vai chegar ao fim…
e  Hollande vai mudar a Europa …
Como na estória, o feiticeiro de Oz, depois de aniquilada a fada má do oeste, vai dar cérebro a quem o não tem, coração a quem dele precisa e muita coragem a todos.
O problema é que os que andamos cá nesta terra não temos tal feiticeiro e apenas podemos contar com o nosso trabalho e a nossa esperança.

Nota: o cap. VI, do livro referido, de E. Punset trata do "lavado de cerebro" com referências a Kathleen Taylor, Stanley Milgram, Humberto Trujillo, Juan Martínez.

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