A organização do trabalho mudou. Para C. Dejours, nas organizações mudaram principalmente três coisas: a introdução de novos métodos de avaliação do trabalho, em particular a avaliação individual do desempenho; a introdução de técnicas ligadas à chamada “qualidade total”; e o outsourcing que tornou o trabalho mais precário.
Já aqui falámos na avaliação individual de desempenho. O outsourcing é outro dos instrumentos de gestão de RH que se foi degradando e degradou as relações laborais.
Já aqui falámos na avaliação individual de desempenho. O outsourcing é outro dos instrumentos de gestão de RH que se foi degradando e degradou as relações laborais.
"Isto porque a ideia inicial de buscar fora da empresa, outras empresas que pudessem fornecer serviços especializados, com maior know how, em determinadas áreas para que a empresa contratante pudesse focar sua pesquisa e desenvolvimento somente no core business da organização, obtendo, com isso, maior qualidade por um custo menor do que aquele que teria que desembolsar para ter a suposta mesma qualidade utilizando mão de obra, treinamento e desenvolvimento próprios, foi sendo distorcida a ponto de abortarem a ideia da qualidade, treinamento e desenvolvimento da mão de obra, e focaram apenas na redução de custos a qualquer preço. Essa distorção fez com que a nova linha praticante desta ferramenta passasse a abrir mão justamente do que dava qualidade ao sistema imaginado, para que seu custo fosse barato e hoje, acaba sendo sinal de baixo custo por baixa qualificação."
Entre nós, foi preciso chegar à saúde com a "contratação de médicos pelo valor mais baixo" e de enfermeiros a valores ridículos para que, finalmente, o clamor tivesse relevo.
Notícia de 16 Abril 2012 refere que bastonário e sindicatos dizem que a contratação de profissionais mais baratos põe em causa a qualidade dos serviços. Em nove concursos lançados desde o início do ano, todos impõem a condição do preço mais baixo.
Apesar das justificações, esta é uma forma de contratação que só pode pôr em causa a qualidade dos serviços e a desumanização das relações laborais. De todos os serviços e organizações: de saúde, de educação, de apoio à infância...
Outros profissionais como acontece na segurança social: técnicos de serviço social, psicólogos, como no caso da contratação para as CPCJ, como no caso da contratação de empresas de call-center para a segurança social, veja-se Castelo Branco... Parece aliás que a segurança social chegou à conclusão que se este serviço fosse feito directamente pela própria segurança social ficaria mais barato.
Como na educação: os professores das AEC são contratados desta forma ou parecidas. Veja-se por exemplo: as empresas escolhidas pela autarquia "contratam" os professores (a recibos verdes, claro) e distribuem-nos pelas escolas do concelho. Daqui resulta uma grande discrepância nos ordenados dos professores das AEC: há professores a ganhar 8 euros à hora e outros a ganhar 15, conforme a empresa que os "contrata".
Mas não é só no outsourcing que o pior dos RH, a precariedade e desumanização, se faz também sentir, a par das vantagens que ele possa ter.
A precariedade e desumanização está hoje presente na gestão dos RH dos serviços do estado: a contratação temporária feita anualmente para muitos técnicos sem que vislumbrem um vínculo, sem que haja uma carreira ou concurso, sem que tenham a possibilidade de continuidade e estabilidade. São contratados de Outubro a Junho, todos os anos, pelo mesmo preço, mesmo que levem 5 ou 10 anos de experiência...
Notícia de 16 Abril 2012 refere que bastonário e sindicatos dizem que a contratação de profissionais mais baratos põe em causa a qualidade dos serviços. Em nove concursos lançados desde o início do ano, todos impõem a condição do preço mais baixo.
Apesar das justificações, esta é uma forma de contratação que só pode pôr em causa a qualidade dos serviços e a desumanização das relações laborais. De todos os serviços e organizações: de saúde, de educação, de apoio à infância...
Outros profissionais como acontece na segurança social: técnicos de serviço social, psicólogos, como no caso da contratação para as CPCJ, como no caso da contratação de empresas de call-center para a segurança social, veja-se Castelo Branco... Parece aliás que a segurança social chegou à conclusão que se este serviço fosse feito directamente pela própria segurança social ficaria mais barato.
Como na educação: os professores das AEC são contratados desta forma ou parecidas. Veja-se por exemplo: as empresas escolhidas pela autarquia "contratam" os professores (a recibos verdes, claro) e distribuem-nos pelas escolas do concelho. Daqui resulta uma grande discrepância nos ordenados dos professores das AEC: há professores a ganhar 8 euros à hora e outros a ganhar 15, conforme a empresa que os "contrata".
Mas não é só no outsourcing que o pior dos RH, a precariedade e desumanização, se faz também sentir, a par das vantagens que ele possa ter.
A precariedade e desumanização está hoje presente na gestão dos RH dos serviços do estado: a contratação temporária feita anualmente para muitos técnicos sem que vislumbrem um vínculo, sem que haja uma carreira ou concurso, sem que tenham a possibilidade de continuidade e estabilidade. São contratados de Outubro a Junho, todos os anos, pelo mesmo preço, mesmo que levem 5 ou 10 anos de experiência...
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