Há cerca de 50 anos, iniciava na escola primária de S. Miguel d' Acha as aprendizagens essenciais: ler, escrever e contar. Recordo o meu primeiro professor, o Sr. Professor Mendes, que revejo de vez em quando cá por C. Branco. Foi com ele que aprendi essas ferramentas essenciais para a vida, que aprendi a gostar de ler, e que me fez pensar que daquelas letras poderia depender o meu futuro.
Comecei por essa altura a ler "O Século" e o "Diário de Notícias" que comprava por 50 centavos ao ti Chico Cego. Nunca mais perdi esse hábito (esse prazer) de ler...
Éramos muitos alunos. Havia cinco turmas: duas de raparigas, na escola das raparigas e três turmas na escola dos rapazes.
É com alguma nostalgia que recordo esse tempo quando assistimos à desertificação humana de hoje. Tantas diferenças existem em relação à escola de então. Nem todas para melhor. Tantas reformas. Nem todas para melhor.
EB1 de S. Miguel d' Acha
Colocou-se recentemente também o problema do encerramento desta escola, da minha escola. (Ver notícia http://www.reconquista.pt/jornal.dll/indartigo?idartigo=24340&idseccao=103). No entanto, felizmente, os pais vão poder contar com a escola para os seus filhos durante mais um ano. (Ver notícia http://www.gazetadointerior.pt/seccoes/index.asp?idn=5891).
Somos todos favoráveis às reformas. Mas... Algumas "reformas" são assim: as pessoas que se acomodem a elas. Quando deviam ser feitas, exactamente, para as pessoas e com as pessoas. Não me interessa qualquer critério de tipo basista. Mas como se poderá entender a tomada de medidas em que não se vislumbra qualquer vantagem para as pessoas? Para que serve ?Além do mais é legitimo fazer algumas perguntas como têm feito as populações, e neste caso, esta população.
Os pais podem até ser ignorantes. Os pais podem até ser maus pais porque não intervêm na escola. Aliás, quando o fazem, quem os ouve ?Os pais podem ser tudo o que os políticos quiserem mas, certamente, estão neste processo porque gostam dos seus filhos e pretendem para eles a melhor educação.
Por isso, colocam questões a que deveriam ter direito de resposta.
Para além de todas as preocupações que os pais levantam, e das respostas que ouvimos, pouco satisfatórias, há uma que merecia uma reflexão. Dizem: a questão é o problema da socialização das crianças. Mas qual é o número de crianças necessário numa escola para que o processo de socialização das crianças não seja afectado negativamente ?
Carlos Teixeira
Carlos Teixeira
Sem comentários:
Enviar um comentário