24/04/23

O navio fantasma


O Navio Fantasma de Richard Wagner - Encenação Max Hoehn
Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Sinfónica Portuguesa




A ópera O Navio Fantasma (Der fliegende Holländer no título original) estreou em 1843 sob direção musical de Richard Wagner. O libreto é do domínio do fantástico: por ter invocado o Demónio, um marinheiro holandês (por alguns identificado como o Herói Romântico) foi condenado a errar eternamente pelos mares, comandando um navio fantasma. É-lhe concedida, como escape à maldição, a possibilidade de poder vir a terra de sete em sete anos e de encontrar uma mulher que lhe seja fiel até à morte. A redentora será a filha do marinheiro Daland, Senta, que quebrará a maldição lançando-se ao mar.

A obra apresentou, pela primeira vez, alguns elementos constitutivos de toda a futura produção wagneriana e contém ambientes e personagens impregnados de realismo. Daland, exemplo marcante, vai ser cantado pelo britânico Peter Rose. A ópera O Navio Fantasma foi apresentada no Teatro Nacional de São Carlos a 4 de março de 1893 e já aí teve notáveis intérpretes do Holandês.

A nova produção é assinada por Max Hoehn, jovem encenador que integrou a equipa artística de Graham Vick na produção de Alceste em São Carlos, em 2019, e que transportará o caráter épico da música de Wagner para uma conceção cénica sustentável, em linha com os desafios do nosso tempo.


Ficha técnica:

Direção musical - Graeme Jenkins

Encenação - Max Hoehn

Cenografia e desenho de luz - Giuseppe di Iorio

Figurinos - Rafaela Mapril

O Holandês - Tómas Tómasson

Senta - Martina Serafin

Erik - Peter Wedd

Daland - Peter Rose

O Piloto - Marco Alves dos Santos

Maria - Maria Luísa de Freitas

Coro do Teatro Nacional de São Carlos

(Maestro titular Giampaolo Vessella)

Coro Ricercare
(Maestro titular Pedro Teixeira)
Orquestra Sinfónica Portuguesa
(Maestro titular Antonio Pirolli)


(De Centro Cultural de Belém)





Foi um privilégio assistir a este espectáculo: O navio fantasma de Wagner. Principalmente a Abertura,  o Coro das jovens aldeãs amigas de Senta, no princípio do segundo Acto e a Balada de Senta, deixam-me focado na beleza que ainda existe neste mundo. Na força do ser humano e na capacidade de cada um dos artistas para a (re)criação de emoções e sentimentos de bem-estar e positividade em cada um dos espectadores: Eu, na sala, colado ao palco com o sentimento de viver o drama de quem busca a salvação em Senta ou então na desesperança de continuar a navegar perdido para sempre no mar. A eterna história do amor salvífico que passa pelo sofrimento da separação...











 

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