27/04/23

E se não for ansiedade ?

   

Foi conhecido pela comunicação social o caso de uma jovem, Sara Moreira, que foi 11 vezes à urgência. Diagnosticaram-lhe ansiedade e morreu de cancro
Sara Moreira tinha 19 anos e morreu depois de três anos de idas consecutivas às urgências...
Há notícias que nos chocam. Evidentemente que se trata de um caso de 2013, que foi e será decidido em tribunal. Independentemente da decisão sobre a responsabilidade, de uma coisa se tem a certeza: há um facto que é a morte desta pessoa por falta de resposta dos serviços de saúde.

Desde então, muito se avançou na investigação científica, e, após a pandemia, vivemos numa época em que se anunciam vacinas personalizadas, ao mesmo tempo que não somos capazes de organizar as consultas num Centro de Saúde para as pessoas não terem que ir para a bicha às quatro da manhã para marcar uma consulta.

Lembro-me sempre de um saudoso professor, Bairrão Ruivo, que me ensinou que devemos interrogar-nos sobre os problemas biológicos antes de decidirmos que se trata de um problema psicológico.
A questão é saber o que é que provoca o quê. Bem sei que a ansiedade é muito traiçoeira e que está presente em tudo o que é humano. E muitas doenças são psicossomáticas. 
Perante um sintoma, um sofrimento, para o qual não há resposta biológica vamos saber o que se passa connosco. Então, a segunda pergunta é: E se for ansiedade, que fazer? Ou, se for ansiedade, o caso fica assim ? 
Antes de mais é necessário saber o que não fazer e o que não dizer às pessoas que sofrem de ansiedade. Por exemplo, há frases que não devemos usar em momentos de crise de ansiedade:
Fique calmo; Eu também sou ansioso; Isso é disparate, vai passar; Não pense nisso; São só manias; Não seja queixinhas; Ok, é só ansiedade...
Só ?  Desvalorizar os sintomas, culpabilizar a pessoa usando termos inadequados não é a melhor maneira de a ajudar ...

Já aqui falámos várias vezes sobre a ansiedade. É um problema que nos pode parecer tão forte que não o conseguimos dominar. As pessoas sabem que algo que não é de todo real se apoderou das suas vidas e está a desorganizá-las.

Sabemos que três em cada quatro pessoas que vão à consulta de psicologia ou de psiquiatria o fazem por ansiedade. 
No mundo desenvolvido a ansiedade é a perturbação psicológica mais comum seguida da depressão e do abuso de álcool e drogas.
Ou seja, não é um problema despiciendo e deve ser levado muito a sério. Há especialistas que podem diagnosticar e ajudar a perceber melhor os seus sintomas e ajudá-lo a ultrapassar algumas dificuldades.
O mundo das terapias é um pouco difuso e as pessoas não sabem muito bem orientar-se nele. Como já aqui dissemos um bom começo para se ajudar a si próprio é o seguinte: não consulte ninguém que não tenha referências de formação científica nesta matéria. Consulte alguém que esteja inscrito na Ordem dos Psicólogos (OPP).


Até para a semana.

 

 

 

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