22/02/21

Quem poligrafa o polígrafo ? (2)


Cristina Miranda, Fact Checkers: a “Inquisição” moderna, 21-2 -2021

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"Hoje, um punhado de impérios corporativos controlam a maioria de tudo o que se lê, escuta ou assiste: estúdios de cinema, televisão, rádio, jornais, revistas, além do vasto universo de notícias na internet e sites de entretenimento. É uma industria que é paga para perseguir, desacreditar, arruinar, destruir, ou difamar quem ousa questionar, alterando a nossa percepção da realidade com imagens e narrativas alinhadas com o sistema.

As personalidades mediáticas não são os únicos intervenientes bem pagos para servir a máquina de propaganda. A maioria dos programas de “talk show” são propriedade dos mesmos senhores corporativos, e que usam o humor para fazer chacota, começando com comentários absurdos que não estão relacionados, como por exemplo, os defensores do “terraplanismo”, “negacionistas do clima” etc. (uma técnica padrão usada por propagandistas) para que tudo o que seja dito, a seguir, sobre essas pessoas, pareça absurdo por comparação.

Estamos na era do jornalismo de “copy paste” que multiplica artigos/notícias dando a ideia de que são todas de fontes diferentes. Mas, na realidade, não o são. Os “Fact Checkers” estão todos intimamente ligados à comunicação social do mainstream, exactamente aquela que planta evidências, encomenda estudos, faz “copy paste” de outros media para validar narrativas. É um grande processo de lavagem cerebral para mudar a percepção da realidade de forma tão intensa para que ninguém seja apto a tirar conclusões por si próprio. É uma táctica.

À conta deste “Fact Checking, cientistas, médicos, políticos, jornalistas, escritores, cronistas, investigadores e até cidadãos comuns, são perseguidos, banidos, ridicularizados, ameaçados, presos, e perdem empregos. São acusados de tudo sem direito a defenderem-se (não existe nas suas plataformas um espaço público para contestação dos autores, à avaliação por eles feita, como é seu dever, de acordo com a deontologia jornalística).

Em suma, as vítimas ficam com as suas vidas totalmente destruídas por esta “Inquisição” da era moderna. Só não os queimam na praça. Por enquanto."


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