A pandemia covid 19 é de tal modo omnipresente que continua a ser, neste momento, a nossa principal preocupação e, por isso, continuamos a cumprir o distanciamento espacial/físico e social.
Esta doença alterou totalmente a nossa vida e os nossos comportamentos. As nossas formas mais profundas de estar no mundo: as relações familiares, profissionais, sociais, religiosas, e não sabemos que sequelas resultarão deste tempo perturbador.
Muitas famílias estão a passar ou irão passar por situações estranhas de luto porque feito em condições fora do normal que não permitem um último contacto com os entes queridos.
A proxémica, disciplina que estuda a relação do indivíduo com o espaço, e a cinésica, que estuda o significado expressivo dos gestos e dos movimentos corporais que acompanham os actos linguísticos (posturas, expressões faciais, etc.), provavelmente, vão passar a compreender essas manifestações de forma diferente como, por exemplo, cumprimentar sem se tocar, as regras do uso das mãos, não tocar na cara, beijar ou abraçar...
O isolamento mostrou as nossas fragilidades psicológicas e sociais. Vivemos uma situação de expectativa e espera. Espera por uma vacina ou por um tratamento eficaz. E, enquanto não há uma coisa nem outra, está nas nossas mãos mudar os comportamentos a nível individual e a nível social e comunitário.
Comportamentos individuais: lavar as mãos, uso de máscaras, distanciamento social...
A nível social: informação verdadeira, que, como tal, leve à confiança das pessoas; União das pessoas que adoptam comportamentos sociais benéficos para os próprios e para todos.
A psicologia tem por isso, um papel fundamental na mudança de comportamentos e no equilíbrio protector do Eu quando sofre os embates destes contextos perturbadores em que tem que sobreviver.
“Com base nas suas competências e experiência profissionais, o contributo que cada Psicólogo pode dar vai para além daquele que é o seu contributo enquanto cidadão.
Os Psicólogos são mobilizadores sociais cruciais da adopção de comportamentos pró-sociais e pró-saúde face à pandemia COVID19. “ (OPP)
Vivemos entre a frase inspiradora do “vai ficar tudo bem” e o slogan cassandrista do “nada vai ser como dantes”. Sem dúvida que haverá alguma verdade nestas posições mas também muita incerteza onde se confunde a nossa vontade, o nosso desejo, com aquilo que gostávamos que acontecesse. Ora quanto às consequências da pandemia não fazemos a mais pequena ideia do que vai acontecer.
A única coisa que sabemos é que, como em qualquer outra crise, há sempre consequências negativas como a doença, a morte, as falhas, as faltas mas também positivas que resultam da superação da doença e das emoções positivas individuais e colectivas.
Há comportamentos onde releva a solidariedade das pessoas e vemos de facto actos de heroicidade por parte de tantos profissionais que dão aos doentes tudo o que de melhor sabem, em alguns casos com o sacrifício da própria vida.* Também temos assistido a actos de egoísmo entre países ou comunidades, como, por exemplo, a retenção ou “desvio” de equipamentos sanitários para combate a esta doença ou a a falta de solidariedade para com os mais frágeis, sejam países, mais ou menos desenvolvidos, ou pessoas, mais velhas ou mais novas.
_______________________
* Não é destes dias de emergência que sabíamos do valor destes profissionais da saúde, do SNS, do subsistema privado, sector social e de todos os serviços que também integram o sistema de saúde como as farmácias, como aqui escrevi, em 29-9-2018, ou como José Gameiro escreveu, em 28-7-2018, "Os heróis do SNS". Obrigado a todos.
_______________________
* Não é destes dias de emergência que sabíamos do valor destes profissionais da saúde, do SNS, do subsistema privado, sector social e de todos os serviços que também integram o sistema de saúde como as farmácias, como aqui escrevi, em 29-9-2018, ou como José Gameiro escreveu, em 28-7-2018, "Os heróis do SNS". Obrigado a todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário